(FECHADO) Korova Music Bar

“É um momento de descontração só nosso”, descreve Célio Andrade, 31 anos, ao relembrar as vezes em que sai com sua esposa Daphne Sousa, 21, para passar o fim de semana no Korova Music Bar – um bar de rock em Ferraz de Vasconcelos, região metropolitana de São Paulo. Daphne é uma mulher trans e se sente confortável em frequentar o local. “Lá não precisamos fingir ser quem não somos por medo de preconceito”, comenta Célio.

O bar oferece shows de bandas covers de rock ao vivo e, na cozinha, os clientes têm sua porção favorita: a mandioca frita. A porção pode vir acompanhada de bacon e queijo derretido. Célio e Daphne pedem sempre a porção mista, com batatas e mandiocas fritas – bem sequinhas – cobertas com queijo derretido e acompanhadas por uma salada de cenoura, pepino, repolho e alface. O local também serve espetinhos variados para quem é fã de carne.

A comida é feita por Bruna Ribeiro, de 28 anos, estudante de nutrição, cozinheira e dona do bar. “O diferencial das porções é o carinho com que elas são feitas. Além de satisfazer a fome, conforta a alma. A galera gosta muito”, diz.

Os Parças Sport Bar

No Bar dos Parças, o ambiente é dominado pela temática esportiva. Diversas camisas e reproduções de objetos estimulam a memória afetiva dos apreciadores de várias modalidades de esportes, como o basquete e o futebol americano. 

A decoração pode não transparecer, mas o bar possui uma agenda cultural diversificada. Desde o início de 2018, o espaço promove a “Noite das Minas”, com a presença de cantoras da zona norte, e o sarau “Papo de Mina”.  

Uma das organizadoras do evento de poesia ressalta a importância de ocupar esse espaço e realizar eventos entre as mulheres para trazer um público mais diversificado. “O evento foi organizado para que nós mulheres pudéssemos ter voz dentro de um espaço como esse e mostrar que tanto os ‘parças’ quanto as ‘minas’ podem colar e aproveitar o rolê”, diz Nathalí Monteiro, de 20 anos.  

Durante a semana, a procura por uma mesa é intensa. “São muitas conversas que começam no transporte público e terminam no bar”, afirma Vanessa Santos, 24 anos. Ela é moradora da Vila Nova Mazzei e costuma ir ao local com amigos e o namorado no retorno da faculdade para comer uma porção de salgados e desfrutar de uma uma rodada de narguilé.  

Entre as opções há porção de kibe com queijo, de carne seca com abóbora, de coxinha com catupiry, de bolinha de queijo com orégano e de risole de carne. Eles são preparados na hora, bem recheados e crocantes. Cada porção contém 10 salgados e custa R$ 15. O cliente ainda pode pedir porções mistas, com dois tipos de quitutes. 

O cardápio também oferece opções de porções de filé mignon (R$ 40) e batata frita (R$ 20), boas para dividir entre grupos grandes de pessoas. Todas as opções ficam ainda melhores quando acompanhadas de uma boa cerveja ou drink. A caipirinha e a espanhola custam R$ 15. 

Aos sábados e domingos, o Samba dos Parças tem um público de diferentes idades. Localizado em uma avenida movimentada da zona norte de São Paulo, o bar chega a reunir 300 pessoas aos finais de semana. Para ficar melhor ainda, em dias de eventos culturais com entrada paga, os frequentadores ganham um drink.

Publicado em novembro/2019. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Villa’s Bar Show

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

O clima é de faroeste. Quadros na parede e as portas do banheiro – no estilo “bang-bang”, com sistema de dobradiça vai e vem, típica dos filmes – reforçam a temática. Mas a nostalgia dos filmes norte-americanos acaba por aí. O Villa’s Bar é o bar restaurante no Grajaú, zona sul da cidade, para curtir, ao vivo, o bom e velho sertanejo raiz, verdadeiro modão que é tocado nos rodeios, e comer espetinhos macios e bem temperados com uma cerveja gelada.

Apesar de ter nascido como um templo da carne, o cardápio agrada também pessoas veganas e vegetarianas. As porções de mandioca e batata são bem sequinhas e crocantes.  O pães de alho são recheados com queijo delicioso que derrete na boca. Há também porções de peixe e variados tipos de beirute.

As porções inteiras servem quatro pessoas e seus preços variam entre R$20 e R$30. Mas é possível  pedir meias porções, por preços que variam entre R$ 10 e R$ 15. O beirute custa R$20 e os espetos são R$ 6 qualquer um.

Aos fins de semana – quando o espaço lota –, famílias se reúnem para assistir partidas de futebol no telão do empreendimento. Além de exibir partidas ao vivo, é possível ver repetições de jogos importantes da semana.

Bueno Bar

Quem se aproxima da esquina da avenida Antenor Navarro com a avenida Edu Chaves à tarde ou à noite, logo percebe a muvuca. É comum encontrar pessoas rindo, trocando ideias e compartilhando histórias na calçada do Bueno Bar, embaixo das quatro palmeiras que rodeiam o lugar. Com duas entradas – uma para cada avenida – o acesso ao balcão do bar fica mais fácil. É um ótimo ponto de encontro para se comer e beber ao ar livre. 

O cardápio oferece 12 opções diversas de porções para quem quer compartilhar a comida e continuar conversando sem muita formalidade. Entre elas, estão as clássicas porções de torresmo, de contrafilé com mandioca e de salame. Para quem procura refeições de maior sustância, no cardápio também tem caldinho de mocotó, pratos feitos tradicionais (com opções de mistura para acrescentar) e os pratos especiais, como o baião de dois e a mocofava, um tipo de caldo de mocotó com favas (uma espécie de leguminosa, como o feijão). Os preços estão entre R$ 15 e R$ 50.

O baião chega à mesa quentinho e bastante perfumado. Ele é temperado com alho, sal, bacon, cebola, pimentão e manteiga de garrafa. Em cima de tudo, pimentas-biquinho. O resultado conquista a clientela. Na hora do almoço, o prato mais pedido é o baião tradicional (R$ 30), que também pode ser acompanhado de favas (R$ 32). 

“Costumo vir aqui com a minha filha de 12 anos. Sempre pedimos esse baião porque, além de ser gostoso, com um tempero incrível, alimenta até três pessoas. Fica uma refeição barata. Gostamos de sair para comer, isso nos tira um pouco da rotina de só almoçar em casa”, fala Silmara Monteiro, 41 anos, moradora do Parque Edu Chaves.

Bar do Portuga

No número 655 da avenida Jaçanã está o Bar do Portuga. Existente no bairro desde 1975, fundado pelo pai de Fabrício Adelino, atual dono do espaço. Foi naquela década que a família Adelino veio do norte do país lusitano, da província Trás-os-Montes, para habitar os solos brasileiros. Belarmino, pai de Fabrício, tinha 12 anos e começou a trabalhar em uma padaria local. Com o passar do tempo, quando beirava os 17 anos, montou o Bar do Portuga.

Hoje com 44 anos de existência, o bar é frequentado por gerações de famílias. “Eu venho aqui desde que tinha oito anos, em 1995. Meu pai me trazia sempre que queria tomar uma gelada. Eu ficava comendo doces e hambúrgueres. Faz oito anos que ele faleceu e até hoje frequento porque faz parte da minha história e gosto de tirar um lazer”, conta Pedro Zanella, de 31 anos. 

Como de costume, a decoração do ambiente é inspirada na bandeira portuguesa, com as cores verde, vermelha, branca e amarela estampadas por todos os cantos. Nas paredes, é possível se inteirar sobre as promoções da casa pelos quadros informativos e lousas. O combo de café da manhã (um salgado e um refrigerante de duzentos mililitros), por exemplo, custa R$ 5,50.

O lugar tem 28 mesas espalhadas. Se for reunir toda a família para comer até não aguentar mais, é permitido juntar mais de uma mesa. Com preços que variam entre R$ 5 e R$ 40, dá para escolher diversas opções de porções, salgados e lanches que vão do misto-quente ao X-Tudo. Tem pastéis bem crocantes, bolinho de carne, coxinha, pão de batata, rissole e porções de calabresa, mandioca, contrafilé e batatas fritas (que servem até quatro pessoas por pedido). 

“Venho com o meu pai aqui sempre que dá para tomar umas geladas e comer a porção de calabresa com cebola que eles fazem. É uma delícia e saímos um pouco da rotina para curtir um momento pai e filho”, afirma Pedro Vinícius Neres, de 22 anos.

Aos fins de semana, a programação musical é direcionada para aqueles e aquelas que gostam de dançar. É ideal para casais que queiram curtir uma baladinha com os filhos. Às sextas acontece o samba ao vivo, que vai até a meia-noite. É o dia preferido de Marcus Schaefer, 35, para frequentar o bar. 

“Vou no Bar do Portuga porque é um lugar acolhedor. Sempre fui bem- -atendido e fico satisfeito com as comidas”, conta ele. “Quem frequenta normalmente são pessoas que já moram no bairro, e toda vez encontro alguém que conheço com seus familiares e paqueras. É uma ótima oportunidade para levar alguém especial e se divertir.”

Restaurante Lu e Boy

Lu e Boy reformaram os cômodos da própria casa para receber, semanalmente, moradores da Vila Aurora, na Zona Noroeste, para o famoso espetinho de churrasco. O restaurante de Lúcia Helena da Silva, 52 anos, e de seu companheiro, Elson Martins, 44 anos, ferve aos fins de semana. E a casa, que conta com três cômodos, se adapta para receber a clientela.

Na garagem, uma mesa de sinuca convida grupos maiores a se reunirem para comer, jogar e ouvir música. Na sala, um espaço para quem prefere um encontro mais reservado. Já a área superior da casa se transforma em um point para quem quer paquerar ou não está a fim de burburinho.

Boy cuida dos espetinhos de churrasco e Lu, dos acompanhamentos. Os espetos são assados no ponto que o freguês desejar. A carne é macia, suculenta e bem-temperada. Além de carne bovina, o local serve espetinhos de asinhas e coxas de frango, lombo assado e linguiça. Para vegetarianos, há a opção de espetinhos de queijo.

Lu conta que a sua maior preocupação é fazer pratos com preços acessíveis e de qualidade. Por isso, todas as refeições custam até R$ 12,99. Os espetos são acompanhados por uma porção de arroz, feijão-carioca, farofa com pedaços de linguiça e bacon e uma deliciosa maionese caseira feita pela própria Lu

Se espetinho não for a sua praia, o restaurante também oferece pastéis e pizzas (médias e grandes) − feitas por Boy. Se não quiser comer no estabelecimento, o restaurante vende marmitex. Elas podem ser entregues em casa ou retiradas no local.

Sonego Bistrô / C-Burguer

A paixão de Matheus pela cozinha começou aos 12 anos. Quando fez seu primeiro pão, ficou maravilhado com a alquimia que existe entre a farinha de trigo e a água, que separados nunca poderiam levar sustento para ninguém, mas juntos, podem salvar e nutrir.

Como praticamente toda criança, Matheus Gregorius cresceu devorando besteiras açucaradas e recusando verduras. Mas, aos 17 anos, durante as ocupações das escolas públicas – quando assumiu a cozinha da E.E. José Lins do Rego, no Jardim das Flores, zona Sul, onde estudava –, percebeu o poder que a comida tinha de unir as pessoas em torno de uma causa. “Desde a arrecadação dos alimentos, grande parte deles orgânicos, até a hora do preparo, todos botavam a mão na massa para alimentar os estudantes que protestavam contra o roubo nas merendas”, conta.

Matheus já acompanhava a luta do chef inglês Jamie Oliver para melhorar as merendas das escolas públicas de seu país quando percebeu a precarização da comida na sua própria escola. “Sempre que podia, eu evitava comer, porque eu tinha condição de ter uma janta em casa. Mas ficava imaginando as pessoas que dependiam do suco de caixinha – que é um néctar com água, açúcar e um toque de casca de laranja – e de uns biscoitinhos”, afirma.

Da ocupação, o jovem se engajou na construção do que hoje é a C-Burguer, uma hamburgueria artesanal que tem como missão substituir a química dos lanches fast-food – que são sucesso entre seus amigos – por ingredientes frescos e temperos saudáveis. A lanchonete foi aposta do pai, Damião, que investiu suas economias e hoje é quem atende os clientes do filho.

“O segredo do hambúrguer é misturar os cortes de acém, patinho, fraldinha e músculo, que garantem um sabor único”, afirma Matheus. Os lanches ganham destaque com os molhos caseiros, feitos com maionese, como o molho verde – temperado com ceboulette, tomilho, salsa, cebolinha fresca, picles e limão. Já o molho de pimenta é preparado com pimenta jalapeño, pimenta do reino, páprica defumada e pimenta chipotle.

Os pães eram artesanais. Matheus fez um curso de panificação na Fundação Julita, onde teve seu primeiro contato com uma cozinha industrial, aos 15 anos. Mas com a demanda crescente, a produção não deu conta. “Estamos nos organizando pra voltar a fazê-los”, garante. A qualidade, no entanto, é mantida. “Compramos ingredientes cinco vezes por semana pra ter tudo fresco. Comer é o ato de prazer mais rotineiro que temos. Acredito que seja possível mudar nossa relação como sociedade a partir de como a gente se relaciona com aquilo que come”, diz Matheus, certeiro.

Atualização em junho/2020: Matheus passou a cozinhar no Sonego Bistrô, na mesma região. As informações de endereço, valores e contato foram atualizadas 🙂

“Sônego Bitrô é um (bar-restaurante) negócio de impacto social da ONG ORPAS – Obras Recreativas, Profissionais, Artísticas e Sociais que ajuda a melhorar a vida de muita gente no Brasil. O cardápio é criado por jovens capacitados pela Gastronomia Periférica, escola de alta gastronomia na região, e a cozinha tem pratos conceituais e cervejas artesanais feitas até com PANCs (plantas alimentícias não convencionais). Na comunidade, tem engajamento e articulação com diferentes projetos sociais.”

Bar do Zé Batidão

Quem cola no sarau da Cooperifa descobre muito mais que as poesias recitadas. Localizado no Jardim Ângela, o Bar do Zé Batidão tem superação, solidariedade e alta gastronomia.

A infância e adolescência de seu Zé foram duras no trabalho quase escravo em uma fazenda de Minas Gerais. Com 17 anos, ele veio para São Paulo.

O primeiro bar do seu Zé foi na Chácara Santana, onde, em 1988, conheceu Sergio Vaz, parceiro que trouxe o sarau de Taboão da Serra para o Jardim Ângela. Já são 15 anos de Sarau da Cooperifa, sempre às terças-feiras, das 20h30 às 23h. O horário de término, porém, é só mera formalidade: ninguém quer ir embora do ambiente aconchegante e familiar.

Assim como a história de vida do seu Zé, os pratos são conhecidos bem pra lá do Jardim Ângela. Um dos mais mais pedidos é o escondidinho de carne seca. Ele revela algumas dicas que o tornam original e saboroso: a manteiga vem de Uberaba, Minas Gerais, e o purê é feito com mandioca, leite e queijo, além de um segredo “A mussarela deve ser ralada, não picada, pois assim entra dentro do purê, dando um verdadeiro sabor”, diz seu Zé.

O escondidinho, aliás, rendeu uma das histórias do bar. Um funcionário da Rede Globo, cliente fiel, sempre pedia o prato e levava um para viagem. O destino era Ana Maria Braga. Um dia, conta seu Zé, o rapaz sumiu e ele viu a apresentadora mostrar o mesmo prato, dizendo ser receita dela. Sem rancor, seu Zé apenas falou a quem estava ao redor que era dele a criação e recusou o convite feito pela produção para participar do programa.

A feijoada também é diferenciada. Tem só jabá, linguiça, costela, pé e orelha. “Essa é a original, não vai rabo nem lombo. Isso só dá mais volume, enche a panela e os clientes acabam não comendo essa parte.” A dele chamam de feijoada light. E tem o destaque do torresmo: direto do açougue, é frito em óleo a 180 ºC para ficar igual a pururuca.

Seu Zé tem um vasto currículo. No bar, fundou uma biblioteca para os jovens que não tinham condições de ir às de longe e uma escolinha onde mais de 90 crianças aprendiam a ler, escrever e a recitar seus próprios versos no microfone, alimentadas por suas comidas. É criador de um time de futebol e um dos responsáveis pelo Cinema da Laje, com sessão mensal em cima do bar. “Cinema é caro, Coca-Cola é cara, pipoca no cinema é cara”, justifica, sem esquecer da comida.

Publicado em agosto/2018. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Chubiba Bar

Quem passa pela avenida Hebe Camargo, principal via de Paraisópolis, logo repara nas pessoas circulando em suas calçadas, que fazem da avenida um verdadeiro local de lazer e ponto de encontro. Um dos principais points da região para saborear deliciosas refeições é o Chubiba Bar, bar e cozinha que tem trazido o sabor nordestino à comunidade. Luiz Pereira, 45 anos, e Evandro Bezerra, 38, são sócios desde 2016. Juntos, decidiram abrir um bar e servir comida nordestina.

Luiz é cearense, trabalhava como porteiro, mas como sempre gostou de cozinhar, assumiu a parte de fazer os pratos que seus clientes adoram. Evandro, pernambucano, passou a vida toda trabalhando de garçom, outras vezes de ajudante cozinha; como não poderia deixar de ser, ele é o responsável por atender e servir os clientes. Uma das refeições mais pedidas é a tilápia frita inteira, acompanhada de salada e baião de dois, que custa apenas R$ 30. Também há sarapatel por R$ 15 além de outras opções como a galinha caipira temperada com sabor baiano, marinada no vinho. Seu principal segredo é deixar a galinha descansando nos temperos de um dia para o outro ainda congelada e, para ficar mais saborosa e com o sabor da roça, é servida acompanhada de pirão.

Atualmente, Luiz também trabalha como jardineiro na parte da manhã, pois o atendimento no Chubiba Bar só começa, de segunda a sexta, às 17h e, nos finais de semana, com a rotina mais  pesada, inicia às 10h. As entregas são feitas somente aos sábados e domingos, no bairro de Paraisópolis e arredores.

Ele conta que, em um dia, vende em média 60 peixes e que, de vez em quando, surgem surpresas, como uma família com cerca de 30 pessoas que, após um batizado, foi comemorar lá por saber da comida deliciosa. Sem aviso prévio, ele teve que se virar para atender as 30 pessoas e mais as entregas que não paravam. O local da alimentação é ao ar livre, com mesas e cadeiras em frente ao estabelecimento. A cozinha é aberta para que todos os clientes vejam como a comida é preparada. O perfil dos fregueses é, em sua maioria, de famílias que se reúnem a fim de comer uma boa refeição. Amigos também se encontram depois do trampo para beber uma breja, jogar papo fora e, claro, aproveitar as refeições e porções generosas.

Luiz e Evandro gostam do que fazem. E fazem com o aprendizado que ganharam na época em que viveram no Ceará e em Pernambuco, estados que têm em comum o sabor da típica comida nordestina.

Bar do Lopes

Criado na década de 1940, o Bar do Lopes nasceu simples, um barzinho comum de bairro, nada de servir refeições completas. Mas assim como seu bairro (Jardim da Saúde), acompanhou o crescimento da região e foi se sofisticando até se tornar um bar e restaurante com mais de 75 opções no cardápio. O almoço por quilo tem mais de 20 tipos de pratos quentes e 20 de saladas. A noite, o cardápio à la carte conta com 25 opções de pizza e 13 de lanches. O destaque é o Bar do Lopes, que vem no pão de hambúrguer ou francês, com lombinho, queijo fresco, tomate e orégano.

Aqui, tradição não significa sempre pertencer a uma única família. O Bar do Lopes foi tocado por diferentes donos, sem perder o nome de seu fundador e as características que abraçam os clientes.

O lugar é ponto de encontro para filhos, mães, pais, avós, amigos… Para diferentes vontades e experiências. “E isso vem de pai pra filho”, conta Pedro, gerente do bar desde 1997. O Bar do Lopes serve tanto pra encher a pança como pra quem quer colocar o papo em dia. Atende bem e da mesma forma quem frequenta há mais de 15 anos ou novas clientes como eu.

Na mesa, são entregues dois cardápios. Um com refeições completas – desde o tradicional filé à parmegiana a um saboroso prato de bacalhau – e outro com uma variedade de 35 tipos de porções, que passeiam entre batata frita, pizzas e uma ampla variedade de frutos do mar. Para beber, 79 tipos de bebidas: sucos naturais, refris, cervejas, chopes, conhaques, vinhos, aperitivos, caipirinhas, destilados, aguardente…

Com o prato escolhido, fiz o pedido ao Seu Rufino, um garçom que trabalha no Lopes há vinte anos. “Sinta-se à vontade. Se precisar é só chamar”, diz sempre que passa pela nossa mesa. Depois de cinco minutos, chega lula à dorê, um prato farto de encher os olhos, com um aroma que te faz querer provar aqueles petiscos dourados o mais rápido possível.

O ambiente me faz esquecer o movimentado bar ao lado, já que é dia de futebol. Com uma amiga, nem percebemos o tempo passar.

Comemos e bebemos à vontade, querendo ficar mais uma ou duas horas ali. Mas já era quase 23h30, o bar ia fechar e tínhamos que pegar um ônibus. Sorte nossa que o ponto ficava ao lado, ali mesmo na avenida do Cursino.

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