Tô Fritis e Sarau do Infinito

É inevitável passar pela rua Mendes da Rocha, no Jardim Brasil (Zona Norte), e não sentir o gostoso aroma de uma das cozinhas mais cobiçadas da região. No Tô Fritis, a especialidade vem em barcas. Se você pensou em sushi, pensou errado. Aqui são os hambúrgueres artesanais e o frango frito que dominam o cardápio.

O pedido mais famoso é o Barca Big Blend, servido com dois sanduíches artesanais de carne bovina, frango frito sem osso bem crocante e batatas fritas sequinhas com cheddar. Os petiscos são sempre acompanhados pelos molhos da casa, como o de alho, o agridoce e o ketchup. 

Para quem prefere hambúrguer de frango, tem a versão Barca Chicken, que traz dois sanduíches e os mesmos acompanhamentos que o Big Blend. Outro destaque do cardápio é o Barca Kids, servido com um mini-hambúrguer artesanal  e acompanhado por uma porção de batatas fritas com ketchup. 

As barcas fazem sucesso e têm clientela cativa. Luana Maria Ferreira, 31, e Wellington de Paula, 39, cresceram no Jardim Brasil e encontram ali o destino certo quando procuram descontração. 

O casal frequenta o Tô Fritis desde quando a hamburgueria ficava numa praça, embaixo de uma tenda. “Sempre fomos muito bem-atendidos! Além de gostarmos muito da comida que eles servem, o dono do espaço já nos conhece e sempre pergunta o que achamos das suas novas ideias para o cardápio. Gera esse laço de afetividade entre quem vende e quem compra”, conta Luana. 

A Casa no Meio do Mundo, a poucos passos dali, completa o rolê. É um espaço cultural onde rolam diversas atividades. Entre elas, o Sarau do Infinito, que acontece às quartas-feiras, com muita poesia, shows, discotecagens e intervenções. “Toda vez que tem o sarau, nós fazemos essa ponte dos rolês. Do sarau para o Tô Fritis, ou do Tô Fritis para o sarau”, conta Wellington. “São os momentos em que conseguimos conversar e descontrair juntos. É muito bom para a nossa relação”, completa Luana.

Sarau do Infinito: Rua Itamonte, 2.008 Vila Medeiros
https://www.facebook.com/infinitosarau – Entrada gratuita.

Bar do Portuga

No número 655 da avenida Jaçanã está o Bar do Portuga. Existente no bairro desde 1975, fundado pelo pai de Fabrício Adelino, atual dono do espaço. Foi naquela década que a família Adelino veio do norte do país lusitano, da província Trás-os-Montes, para habitar os solos brasileiros. Belarmino, pai de Fabrício, tinha 12 anos e começou a trabalhar em uma padaria local. Com o passar do tempo, quando beirava os 17 anos, montou o Bar do Portuga.

Hoje com 44 anos de existência, o bar é frequentado por gerações de famílias. “Eu venho aqui desde que tinha oito anos, em 1995. Meu pai me trazia sempre que queria tomar uma gelada. Eu ficava comendo doces e hambúrgueres. Faz oito anos que ele faleceu e até hoje frequento porque faz parte da minha história e gosto de tirar um lazer”, conta Pedro Zanella, de 31 anos. 

Como de costume, a decoração do ambiente é inspirada na bandeira portuguesa, com as cores verde, vermelha, branca e amarela estampadas por todos os cantos. Nas paredes, é possível se inteirar sobre as promoções da casa pelos quadros informativos e lousas. O combo de café da manhã (um salgado e um refrigerante de duzentos mililitros), por exemplo, custa R$ 5,50.

O lugar tem 28 mesas espalhadas. Se for reunir toda a família para comer até não aguentar mais, é permitido juntar mais de uma mesa. Com preços que variam entre R$ 5 e R$ 40, dá para escolher diversas opções de porções, salgados e lanches que vão do misto-quente ao X-Tudo. Tem pastéis bem crocantes, bolinho de carne, coxinha, pão de batata, rissole e porções de calabresa, mandioca, contrafilé e batatas fritas (que servem até quatro pessoas por pedido). 

“Venho com o meu pai aqui sempre que dá para tomar umas geladas e comer a porção de calabresa com cebola que eles fazem. É uma delícia e saímos um pouco da rotina para curtir um momento pai e filho”, afirma Pedro Vinícius Neres, de 22 anos.

Aos fins de semana, a programação musical é direcionada para aqueles e aquelas que gostam de dançar. É ideal para casais que queiram curtir uma baladinha com os filhos. Às sextas acontece o samba ao vivo, que vai até a meia-noite. É o dia preferido de Marcus Schaefer, 35, para frequentar o bar. 

“Vou no Bar do Portuga porque é um lugar acolhedor. Sempre fui bem- -atendido e fico satisfeito com as comidas”, conta ele. “Quem frequenta normalmente são pessoas que já moram no bairro, e toda vez encontro alguém que conheço com seus familiares e paqueras. É uma ótima oportunidade para levar alguém especial e se divertir.”

Império do Açaí e Casa de Cultura Candearte

Escolher a montagem do pote pode ser uma tarefa divertida para quem vai ao Império do Açaí, no número 168 da Rua Doutor Carlos Siqueira Neto, em Taboão da Serra. Além dos cremes de açaí e cupuaçu, são oferecidos os de banana caramelizada, chocolate belga, leite em pó, paçoca, creme branco trufado e iogurte grego. As combinações são variadas e é possível adicionar frutas. Os valores variam entre R$ 8 e R$ 16.

José de Assis, 44 anos, dono do Império do Açaí, conta que as pessoas se surpreendem quando chegam. “É que o pessoal não conhece os outros cremes”, conta.

“Sou apaixonada pelo creme de avelã. É maravilhoso. O diferencial é que não é só o açaí e o cupuaçu. Você consegue fazer um mix diversificado e tem também os acompanhamentos”,  confirma Luana Cozzani, de 28 anos, vizinha e frequentadora do lugar.

Para Vanderlei de Souza, 42 anos, morador do Parque Pinheiros, as opções no bairro têm que ser valorizadas. “Se você não valorizar o comércio do seu bairro, ele acaba, né? A gente estava ao lado do McDonald’s e eu falei: ‘vamos comer lá [no Império do Açaí], que lá eu sei que tem um cachorro-quente gostoso, minha filha conhece, já comeu aqui. O ambiente é bom, é limpo, organizado.’ É um lugar em que gostamos de estar juntos”, ele conta.

O Império também oferece lanches e salgados. Aos sábados, se quiser comer uma feijoada, é só ligar e reservar. O prato é preparado lá mesmo. Pode ser uma ótima pedida para quem chegar para a roda de coco da Casa de Cultura Candearte, vizinha do estabelecimento. De longe dá para reparar na Casa, que tem na parede uma arte festiva. De lá é um pulo para chegar ao Império do Açaí. A roda é realizada no segundo sábado do mês, sempre às 19h. 

Na cocada, os participantes cantam em coro e batem palmas em uma roda. Os dançarinos, sempre em dupla, são convidados a entrar no círculo. Os movimentos dos pés acompanham a batucada, com muita personalidade no jeito de pisar. Apesar de características tradicionais, cada um compõe a dança como quiser.

“Eu sempre digo, na minha música, que pra dançar coco não precisa ser bailarino. É só você sentir a energia e dançar do seu jeito de dançar”, afirma Geraldo Magela, idealizador do grupo artístico Candearte. A palavra “candear” significa “conduzir carro de boi”. Magela conta que deu esse nome ao projeto porque desejava candear, guiar um carro de boi com muita poesia, música, cultura popular… com arte.

Casa de Cultura Candearte: Rua Marcelino Corrêa de Melo, 1 – Parque Maraba (https://www.facebook.com/CulturaCandearte/) – Evento Gratuito.

Espaço Clariô de Teatro

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

O Grupo Clariô de Teatro, localizado em Taboão da Serra, cria sob a perspectiva da periferia para a periferia. Descentralizando as produções culturais, a programação do galpão tem encontros para todas as idades, como atividades de teatro, música, shows, literatura, dança e oficinas. 

 É um lugar frequentado por famílias da quebrada de Taboão, a galera da Zona Sul de São Paulo, artistas, crianças e quem gosta de teatro, já que o grupo foi premiado diversas vezes por suas montagens. O Clariô é referência na região e conta com parcerias de variados movimentos das quebradas, que realizam temporadas no galpão.

Uma das parcerias do grupo é com Elisabete Belo dos Santos, de cinquenta anos, diarista, cozinheira e vizinha do Espaço Clariô. É ela quem proporciona comidas e lanches deliciosos com valores camaradas que podem ser ótimos acompanhamentos para as vivências nos eventos do teatro. Ela prepara lanches que abrem o apetite, como o pão com carne maluca (pão francês com carne de panela), em um molho encorpado produzido durante o cozimento da carne, que é vendido por R$ 5. 

 A família da Bete é vizinha do Clariô desde a fundação do grupo. Seus filhos sempre frequentam as atividades no galpão. Convidada pelo grupo, Bete começou a preparar os lanches em casa para vender nos eventos do teatro. Ela monta o cardápio com variedades de doces, caldos, lanches, tortas e a carne maluca. O caldo verde é o coringa do cardápio, porque pode ser vegetariano ou com pedaços de linguiça. A escolha é do freguês.

  Toda última quinta-feira do mês, às 20h, acontece o QuintaSoito, evento promovido pelo Grupo. Os encontros são abertos ao público. Pra quem chega, sempre tem uma sopa, de graça, feita pelos próprios integrantes do Clariô. O sabor é sempre uma surpresa deliciosa. Cada pessoa que se dispõe a cozinhar faz sua receita. 

 Nas segundas segundas-feiras de todo mês, a atividade acolhida pelo Clariô é o Sarau do Binho, um dos pioneiros dos saraus nas periferias. “No Sarau do Binho, você vai ter poesia, música, apresentação de vídeo, de cinema. Acaba sendo um grande encontro de amigos; mesmo que você não conheça ninguém, as pessoas vão te cumprimentar, vão fazer que você, de certa forma, sinta-se parte do sarau”, conta Sheila Signario, 33, fotógrafa e moradora da região. 

 Para quem vai de São Paulo visitar o espaço taboanense, basta pegar um ônibus que siga pela Estrada do Campo Limpo, descer no ponto do Largo do Taboão e seguir até a Rua Santa Luzia, 96.

Panelarte e Sarau Urutu

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Lanche de casca de banana, quibe vegano de farinha de pão amanhecido e coxinha de jaca. É com esse tipo de comida – usando e reaproveitando alimentos – que o Panelarte, um coletivo cultural criado em 2014, entende e respira a gastronomia nas quebradas. As amigas Bianca Souza e Rafaela Souza, ambas com 28 anos, fundadoras do projeto, acreditam que a comida é uma forma de olhar para a cultura de uma comunidade.

“O Panelarte trabalha com opções para todos os gostos e bolsos. Não se trata apenas de comida. É uma rede de apoio para quem busca uma alimentação diferente, seja carnívora, vegana ou vegetariana”, diz Bia. O projeto faz oficinas na Zona Leste de São Paulo para apresentar às pessoas como a alimentação do dia a dia pode ser saudável e sustentável.

Quer experimentar o que elas produzem? Tem que correr atrás da agenda no Facebook (Panelarte). As comidinhas do coletivo estão presentes em saraus e encontros culturais da região. Nos eventos, são vendidas diferentes opções de salgados e doces veganos. Entre os mais vendidos estão a torta de abobrinha, o lanchinho de casca de banana e os quibes, feitos de trigo, farinha de rosca ou pão, hortelã, limão e pimenta-do-reino. O recheio é escolhido pelos clientes: berinjela, alho-poró e abóbora são os mais populares. O coletivo também tem opções para quem não tem restrições à carne. O canudo de frango é um dos mais pedidos.

Entre os eventos parceiros do Panelarte está o Sarau Urutu, um encontro de artistas e moradores que acontece todo segundo domingo do mês na rua Urutu, no Jardim Matarazzo, Zona Leste. O evento surgiu em 2015 como resposta à notícia de desapropriação de um terreno para a construção de uma nova estação de trem da CPTM. Além de poesia, o sarau também recebe grupos de teatro e dança. A programação ainda conta com o Cine Urutu, onde são exibidos filmes e documentários.

Páginas do Sarau Urutu: Facebook | Instagram

 

Ponto da Esfiha e Ocupação Cultural Mateus Santos

Já imaginou levar sua família a um restaurante ao lado de uma casa de cultura e acompanhar as atividades ao mesmo tempo em que mata a fome com salgados e pratos executivos bem-temperados? Em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo, é possível fazer isso.

O Ponto da Esfiha, na avenida Paranaguá, oferece categorias de alimentação variadas. São esfihas, coxinhas, quibes, lanches, pizzas e pratos executivos que atraem o público da única casa de cultura de Ermelino Matarazzo, a Ocupação Cultural Mateus Santos. O espaço conta com mais de quarenta coletivos artísticos que utilizam um prédio municipal abandonado para promover várias atividades e eventos culturais.

Para Sílvia Izidoro, frequentadora da Ocupação Cultural Mateus Santos, o Ponto da Esfiha é o restaurante que possui o preço mais em conta na região. Dá para passar o dia inteiro na casa de cultura sem ficar com fome. O horário de funcionamento do Ponto é das 8h às 0h. “Você pode se alimentar ao mesmo tempo em que acompanha os eventos da Ocupa”, diz Sílvia, que é mãe de Glaucy Ellen, 17 anos, produtora dos saraus na Ocupação.

O prato executivo é a opção predileta das duas. “A comida de lá é leve e gostosa”, comenta Sílvia. A base da refeição é sempre composta de arroz, feijão, salada e batatas fritas. O arroz forma uma montanha no prato e seus grãos e os do feijão são bem soltinhos e cozidos. As batatas fritas são macias por dentro e com uma deliciosa casquinha por fora, o que as torna bem crocantes. O que varia sãos as opções de carne. Tem filé e contrafilé à pamegiana, frango à parmegiana, hambúrguer, ovo frito e calabresa acebolada. Os pratos custam de R$ 12 a R$ 17, dependendo do tipo de carne escolhida.

Sílvia conta que o programa cultural fortalece a união da família. “Às vezes acontece de estar nora, filha, filho, quase todo mundo lá na Ocupa só para acompanhar um evento”, acrescenta. “Quando você está acompanhada de uma filha em um evento, passa a conhecer a causa pela qual ela luta e se aproximar dela”. A Ocupação Cultural Mateus Santos fica próxima à estação de trem Ermelino Matarazzo.

Ocupação Cultural Mateus Santos: Avenida Paranaguá, 1.633, Jardim Belém (https://www.facebook.com/ocupacaomateussantos/) – Gratuito.

Publicado em novembro/2019. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Esfihas Dozza

Osasco, cidade próxima à zona Oeste, na região metropolitana de São Paulo, é um lugar historicamente conhecido pela quantidade de imigrantes que acolheu em seus primeiros anos. Tanto pelo fato de ter sido fundada por um imigrante italiano (Antônio Agú), quanto pela abundância de imigrantes armênios que chegaram ao município em 1920, especifi camente no bairro de Presidente Altino (o estado de São Paulo possui cerca de 130.000 deles).

Entre esses imigrantes de origem árabe estavam os pais do senhor Dozza e da senhora Isabel, casal que inaugurou em 1956 um humilde comércio de esfihas e quibes pra viagem. O local era o mais tradicional e familiar que poderia ser: salgados típicos da cultura dos donos, feitos num local pequeno, com a cozinha aberta, negócio de fi lhos de imigrantes que leva o nome do primeiro dono.

No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, com o falecimento dos fundadores, as fi lhas, genros e netos de seu Dozza e da senhora Isabel assumiram o negócio e o expandiram. De uma simples lanchonete árabe, o Esfi has Dozza se tornou um elegante e tradicional restaurante.

O cardápio, puramente árabe, inclui: esfi has com bastermã (carne seca armênia) e o creme tahine, quibes típicos armênios, michui de frango, espeto de kafta, arroz armênio, ninho de damasco e nozes, dolmá, tabule e chancliche. Os nomes podem ser difíceis de pronunciar mas são facilmente aceitos pela comunidade do bairro de Presidente Altino. As pessoas de lá adoram ir ao restaurante desfrutar das iguarias árabes e conversar com os donos, que estão sempre disponíveis.

O público do Dozza é tão fi el e apaixonado pelas esfihas que apenas comer no ambiente não era suficiente – comprar pra viagem também não. Por isso, ali mesmo são feitas as esfi has para serem vendidas congeladas.

“A ideia é fazer com que o cliente possa ele mesmo ter suas esfi has Dozza em casa”, diz Vanessa Aguileia, representante comercial do restaurante. Além da decisão de lançar as esfi has congeladas, Vanessa explica também o porquê de não haver opções mais brasileiras no cardápio. “Aqui, nós somos tradicionais.”

Por mais que peçam a inclusão de pudim de leite no cardápio de sobremesas, ou a presença de uma televisão no restaurante para que os clientes não percam um jogo do time do coração, o Dozza insiste em proteger sua identidade exclusivamente árabe em defesa do seu diferencial – a tradição.

Mundi Batataria

Quando alguém para de comer carne, um dos maiores desafios é comer em fast-food. Não dá para ir aonde todo mundo vai e, ainda assim, comer muito. Nada de McDonald’s, Burger King ou KFC. Mas na Mundi tudo é possível. O foco deles é a batata. A Mundi Batataria é uma marca criada em Itapevi (município a oeste de São Paulo) pelo empreendedor Wellington Rabelo, quando este percebeu, junto a seus sócios, que faltava algo gostoso, barato, chamativo e que funcionasse para todos os públicos gastronômicos.

“O nosso público vai desde criança pequena até idoso. Todo mundo gosta de batata frita”, foram as palavras do fundador da marca, orgulhoso ao dizer que o primeiro quiosque da Mundi, inaugurado em 2011, fez muito sucesso logo no primeiro mês. A primeira lanchonete Mundi disputa a atenção dos fregueses com pastelarias, sorveterias e até mesmo um Subway (que em 2010 se tornou a maior rede de fast-food do mundo), e é um dos poucos lugares que nunca está vazio. Das 10h30 às 22h30, sempre tem alguém fazendo seu pedido e desfrutando das batatas Mundi.

Quadrados e com a aparência de uma casinha de desenho animado e com o mascote da marca (uma batata frita com chapéu de chef) no telhado arroxeado, os quiosques já viraram pontos de referência. Seja pelos folhetos com imagens de batatas com rosto, pelas bandeirinhas colocadas nas porções, ou até mesmo pelo jingle que vez ou outra toca na rádio dos quiosques da batataria, existe muita identidade envolvendo a marca Mundi.

São três tipos de batata – palito, rústica e xadrez. Você ainda pode escolher entre nove coberturas para as batatas (ou, se quiser, comer as nove todas de uma vez): molho barbecue, cheddar cremoso, alho e ervas, molho caseiro, mostarda com mel, bacon, mussarela, catupiry e calabresa. Toda essa variedade também está disponível para cobrir outras porções de salgados.

“As batatas ainda são nosso foco”, diz Wellington defendendo o nome e a proposta original da marca. “Tanto que adicionamos coxinhas e açaí ao cardápio, mas junto vieram dois novos tipos de batata.”

O que a batata da Mundi tem de diferente das batatas de tantos restaurantes fast-food e bares que existem pela cidade? Eles usam a batata europeia com a coloração da polpa e o sabor mais fortes. O especialista explica que a maioria dos restaurantes preza por batatas de sabor menos acentuado e de corte mais fino porque, nesses lugares, elas são o acompanhamento de um lanche ou prato. Lá, elas são o prato principal.

Churreria Damac

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Em 2009, Alice Araújo resolveu colocar na rua um carrinho de churros para complementar a renda de casa. Começou sem inventar muito, vendendo apenas churros doces pelas ruas de Guarulhos, mas conforme foi ganhando experiência passou a receber sugestões dos clientes que sempre pediam algo salgado. “Não podia ser qualquer salgado, aí eu incrementei o churros com queijo, orégano e tomate”, conta. Mas Alice não parou por aí: o cardápio salgado inclui sabores como pizza, camarão, três queijos e carne seca com cheddar.

A ousadia deu certo e, depois de dois anos perambulando entre pontos estratégicos do bairro Pimentas, um cliente a alertou sobre a possibilidade de alugar um box dentro do Supermercado Seta, um atacadão bem movimentado que estava sendo inaugurado na época e possibilitaria mais comodidade para a crescente clientela. Depois de superar as próprias expectativas com o carrinho de churros, descolar um endereço fixo e inovar o mercado lançando sabores salgados, Alice pensou em incrementar gostos e formatos dessa vez com os doces. E de suas mãos inventivas surgiram churros com frutas caramelizadas, mini-churros e o famigerado churros gelado, que despertou curiosidade em toda redação aqui da Énois e até da TV Câmara – que colou lá para se deliciar com a gente e deixar a Alice ainda mais famosa.

Mas que parada é essa de churros gelado? A gente explica: o churros gelado consiste em uma massa frita que depois de pronta é banhada em chocolate e por cima recebe a benção de um chantilly bem airado e leve que pode ser acompanhado de frutas como morangos, kiwí e outros – a depender do sabor escolhido. Além dessa doce fartura por fora, você pode optar por um dos recheios tradicionais: doce de leite ou chocolate. As possibilidades da casquinha dos churros gelados também oferecem escolha. “Tem da branca e tem da preta”, diz Daniel Sampaio, marido de nossa heroína, que deixou de ser sócio em um negócio mais ou menos para somar ao trampo da esposa.

Outra invenção curiosa de Alice foi o nome do estabelecimento: churreria. “Ao se deparar com uma loja especializada em churros como chamá-la?”, se perguntou. “Procuramos muito e não achamos nada, então, ficou churreria mesmo”, conta a dona do negócio que hoje ostenta mais de 300 sabores criativos de churros e compõem 100% o orçamento da família de Alice e Daniel, que chegam a vender 3.000 churros por mês. O carrinho deu lugar a um pequeno caminhão que leva os famigerados churros à festivais gourmets e outros eventos onde sempre conquista novos corações.

 

Pastelaria Orient

Pés caminham apressados, corpos se esbarram, ônibus passam lotados, bicicletas cruzam frenéticas e o sino da Igreja anuncia: são 18h, na cidade de São Paulo. Em meio a todo caos do horário de pico, no sentido Zona Leste, a Av. João XXIII oferece, além da rota alternativa para Av. Aricanduva, a Pastelaria Orient. Esta, por sua vez, conta com uma cozinha tão acelerada, quanto o ritmo de seus clientes.

O pico é ideal para quem precisa comer algo rápido e saboroso por um preço justo. Não por espaço, o ambiente é bem aconchegante, mas porque a agilidade do atendimento supera qualquer expectativa. Da culinária árabe à brasileira, a pastelaria é famosa pela sua esfiha de carne. Isso mesmo.

Sr. Mauro, nissei, conta que a receita é de família. Uma prima de segundo grau ensinou à mãe dele o preparo que traz à vida uma massa macia de gosto um pouco adocicado que, misturado ao sabor da carne moída bem molhadinha e com tempero fresco, deixa qualquer horário de pico menos odioso.

Apesar de fazer sucesso entre os apressados a pastelaria teve de ampliar a sua recepção para atender famílias, amigos e afins em seu ambiente que se tornou também ponto de encontro, sobretudo, nos finais de semana. A parte mais calórica do cardápio vai de pastéis a risoles, passando por uma coxinha digna de palmas. O segredo, segundo Sr. Mauro está na massa que é feita exclusivamente de batata. Outro diferencial é que os salgados não passam muito tempo na vitrine, já que o fluxo de clientes é bem grande, proporcionando salgados fresquinhos a todo momento. A tristeza é que mesmo tendo tamanhos consideráveis, os salgados da Orient deixam um gostinho de quero mais. Seus preços variam de R$ 4,95 a R$ 9,90. Para lubrificar a goela, eles também oferecem uma limonada cremosa. Limão, leite em pó e alguns “mls” de água formam um creme com gosto azedinho. Outra guloseima que você deve experimentar é o pastel de doce de leite com banana prata. A mistura, que num primeiro momento pode soar insensata, traz por dentro de toda a crocância do pastel um doce com pedaços da fruta que mais combina com essa mistura, por incrível que possa parecer. Sem contar que a massa do pastel é sequinha e não faz os dedos brilharem após a comilança 😉

O estabelecimento que já existe há 40 anos, antes de se tornar uma pastelaria, era a sapataria do pai do Sr. Mauro. Em dado momento da vida, o pai dele resolveu passar o ponto e o Sr. Mauro, que na época vivia a disputa pelo território entre os feirantes, preferiu comprar o ponto do pai e abandonar a vida loka de pasteleiro itinerante. Atualmente, ele emprega cerca de 10 pessoas e alimenta boa parte dos transeuntes da Vila Formosa.

 

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