Cantinho do Caldo

Está com preguiça de preparar o jantar ou ter que lavar louça, mas mesmo assim quer comer uma comida caseira? O restaurante Cantinho do Caldo, no bairro Cidade Júlia, na zona sul, é uma boa opção. 

O carro chefe do cardápio é o caldo de camarão com abóbora, que além de ser muito cremoso, é acompanhado por torresmos crocantes e salpicado com cebolinha. Há opções mais simples, como o caldo de piranha e o de feijão. E também algumas mais elaboradas como o Mocofava, que mistura feijão branco com mocotó, linguiça, bucho, torresmos e cheiro verde. Todos os caldos são servidos e acompanhados por um pão francês fresquinho, a R$ 10.  

O estabelecimento já foi uma mercearia e permanece há 20 anos como um espaço que acolhe diferentes públicos do bairro. Destaca-se pelo clima aconchegante e familiar. O casal Monica Aparecida, de 32 anos, e Anderson Siqueira, de 29, vêm de Diadema com a filha Mikaelly, de 5, sempre que têm oportunidade. “Eu amo vir aqui. Gosto muito do caldo de feijão”, diz a menina. Os pais afirmam ser o melhor que já experimentaram.

Além dos caldos, o cardápio também oferece o baião de dois com costela (R$ 16) e sobremesas, como o pudim e mousse, por R$ 4 cada.

Publicado em novembro/2019. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Império do Açaí e Casa de Cultura Candearte

Escolher a montagem do pote pode ser uma tarefa divertida para quem vai ao Império do Açaí, no número 168 da Rua Doutor Carlos Siqueira Neto, em Taboão da Serra. Além dos cremes de açaí e cupuaçu, são oferecidos os de banana caramelizada, chocolate belga, leite em pó, paçoca, creme branco trufado e iogurte grego. As combinações são variadas e é possível adicionar frutas. Os valores variam entre R$ 8 e R$ 16.

José de Assis, 44 anos, dono do Império do Açaí, conta que as pessoas se surpreendem quando chegam. “É que o pessoal não conhece os outros cremes”, conta.

“Sou apaixonada pelo creme de avelã. É maravilhoso. O diferencial é que não é só o açaí e o cupuaçu. Você consegue fazer um mix diversificado e tem também os acompanhamentos”,  confirma Luana Cozzani, de 28 anos, vizinha e frequentadora do lugar.

Para Vanderlei de Souza, 42 anos, morador do Parque Pinheiros, as opções no bairro têm que ser valorizadas. “Se você não valorizar o comércio do seu bairro, ele acaba, né? A gente estava ao lado do McDonald’s e eu falei: ‘vamos comer lá [no Império do Açaí], que lá eu sei que tem um cachorro-quente gostoso, minha filha conhece, já comeu aqui. O ambiente é bom, é limpo, organizado.’ É um lugar em que gostamos de estar juntos”, ele conta.

O Império também oferece lanches e salgados. Aos sábados, se quiser comer uma feijoada, é só ligar e reservar. O prato é preparado lá mesmo. Pode ser uma ótima pedida para quem chegar para a roda de coco da Casa de Cultura Candearte, vizinha do estabelecimento. De longe dá para reparar na Casa, que tem na parede uma arte festiva. De lá é um pulo para chegar ao Império do Açaí. A roda é realizada no segundo sábado do mês, sempre às 19h. 

Na cocada, os participantes cantam em coro e batem palmas em uma roda. Os dançarinos, sempre em dupla, são convidados a entrar no círculo. Os movimentos dos pés acompanham a batucada, com muita personalidade no jeito de pisar. Apesar de características tradicionais, cada um compõe a dança como quiser.

“Eu sempre digo, na minha música, que pra dançar coco não precisa ser bailarino. É só você sentir a energia e dançar do seu jeito de dançar”, afirma Geraldo Magela, idealizador do grupo artístico Candearte. A palavra “candear” significa “conduzir carro de boi”. Magela conta que deu esse nome ao projeto porque desejava candear, guiar um carro de boi com muita poesia, música, cultura popular… com arte.

Casa de Cultura Candearte: Rua Marcelino Corrêa de Melo, 1 – Parque Maraba (https://www.facebook.com/CulturaCandearte/) – Evento Gratuito.

Espaço Clariô de Teatro

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

O Grupo Clariô de Teatro, localizado em Taboão da Serra, cria sob a perspectiva da periferia para a periferia. Descentralizando as produções culturais, a programação do galpão tem encontros para todas as idades, como atividades de teatro, música, shows, literatura, dança e oficinas. 

 É um lugar frequentado por famílias da quebrada de Taboão, a galera da Zona Sul de São Paulo, artistas, crianças e quem gosta de teatro, já que o grupo foi premiado diversas vezes por suas montagens. O Clariô é referência na região e conta com parcerias de variados movimentos das quebradas, que realizam temporadas no galpão.

Uma das parcerias do grupo é com Elisabete Belo dos Santos, de cinquenta anos, diarista, cozinheira e vizinha do Espaço Clariô. É ela quem proporciona comidas e lanches deliciosos com valores camaradas que podem ser ótimos acompanhamentos para as vivências nos eventos do teatro. Ela prepara lanches que abrem o apetite, como o pão com carne maluca (pão francês com carne de panela), em um molho encorpado produzido durante o cozimento da carne, que é vendido por R$ 5. 

 A família da Bete é vizinha do Clariô desde a fundação do grupo. Seus filhos sempre frequentam as atividades no galpão. Convidada pelo grupo, Bete começou a preparar os lanches em casa para vender nos eventos do teatro. Ela monta o cardápio com variedades de doces, caldos, lanches, tortas e a carne maluca. O caldo verde é o coringa do cardápio, porque pode ser vegetariano ou com pedaços de linguiça. A escolha é do freguês.

  Toda última quinta-feira do mês, às 20h, acontece o QuintaSoito, evento promovido pelo Grupo. Os encontros são abertos ao público. Pra quem chega, sempre tem uma sopa, de graça, feita pelos próprios integrantes do Clariô. O sabor é sempre uma surpresa deliciosa. Cada pessoa que se dispõe a cozinhar faz sua receita. 

 Nas segundas segundas-feiras de todo mês, a atividade acolhida pelo Clariô é o Sarau do Binho, um dos pioneiros dos saraus nas periferias. “No Sarau do Binho, você vai ter poesia, música, apresentação de vídeo, de cinema. Acaba sendo um grande encontro de amigos; mesmo que você não conheça ninguém, as pessoas vão te cumprimentar, vão fazer que você, de certa forma, sinta-se parte do sarau”, conta Sheila Signario, 33, fotógrafa e moradora da região. 

 Para quem vai de São Paulo visitar o espaço taboanense, basta pegar um ônibus que siga pela Estrada do Campo Limpo, descer no ponto do Largo do Taboão e seguir até a Rua Santa Luzia, 96.

Ari do Caldo

A história do baiano Ariosvaldo Barbosa é a mesma de tantos migrantes nordestinos: ele veio para São Paulo em 1989 em busca de emprego e melhores condições de vida. Logo que chegou à cidade, conseguiu emprego em um restaurante na região central, o que o fez morar no bairro da Liberdade. Dois anos depois, foi trabalhar em um restaurante na região do Tremembé, na zona Norte.

E foi aí que ele conheceu a Vila Albertina, o bairro que fica entre duas grandes colinas que são a entrada para a serra da Cantareira. Ali o clima é serrano, mas as opções para tomar sopa eram escassas. Inspirado por um amigo, Ari aproveitou que já tinha trabalhado em um restaurante que tinha buffet de caldos e resolveu testar algumas receitas.

Comprou uma bolsa térmica pequena e, aos finais de semana, dias em que não trabalhava, começou a produzir em casa cerca de 30 potinhos com vários sabores de caldos. Saía vendendo pelas ruas do bairro. O sucesso foi tão grande que, depois de um tempo, ele largou o emprego e comprou um carrinho. As vendas subiram para 70 potinhos por dia, e, aos finais de semana, o triplo disso.

Com o tempo, Ari conseguiu alugar um pequeno espaço onde realizou o sonho de abrir um negócio próprio: surgia, em 2014, o Ari do Caldo. O espaço é modesto e suas poucas mesas ficam na calçada. O diferencial é o entorno: localizado em um ponto estratégico do começo da subida da serra, o lugar oferece uma linda vista.

São oito sabores de caldos, como mocotó, frango com legumes e caldo verde (R$ 8 cada). Em alguns dias da semana, há opções com peixe e camarão. Além das sopas, há pratos como estrogonofe, picadinho, panquecas e parmegiana. Aos sábados, feijoada. Os pratos variam entre R$ 15 e R$ 19. Como o espaço é limitado, a maior parte dos pedidos sai por delivery.

Responsável pela cozinha, Ari conta que procura usar apenas produtos frescos para seus pratos. Os ingredientes vêm da feira que ele faz semanalmente. E as opções do cardápio também se adequam ao público: Ari garante que qualquer mudança que o freguês peça, ele faz.

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