(FECHADO) BartPapo

O BartPapo, no Tremembé, zona norte de São Paulo, é um ambiente para comer, ouvir boa música e dançar samba-rock, uma das expressões musicais símbolo da cultura negra no Brasil. O ritmo surgiu no final da década de 1950 em bailes realizados em casas de famílias e salões da periferia paulistana. 

Desde 2006, o bar é palco do Projeto Família ZN Samba-Rock, que oferece aulas gratuitas desse estilo de dança à comunidade, todas as terças-feiras das 19h às 23h. As aulas reúnem crianças, jovens, adultos e a terceira idade. 

Também dá para experimentar o cardápio de boteco que oferece porção de frango à passarinho, mandioca e polenta, e pedir uma torre de chopp de três litros.

A mandioca é preparada no óleo quente até ficar bem dourada, mas não chega encharcada na mesa, assim como o frango a passarinho, muito bem temperado, acompanhado por limão e salpicado com orégano. A porção é grande e serve até quatro pessoas.

“Além de ser muito importante preservar a cultura do samba-rock, o projeto salva vidas. Muitas pessoas chegam debilitadas, com a autoestima baixa e encontram alegria na dança”, diz Alexandra Leite, moradora da região e participante das aulas. “Sempre frequentei os bailes e admirei a dança. Mas faz apenas quatro anos que me dediquei a dançar e participar do projeto no bar do meu amigo”, diz Carlos Alberto, um dos idealizadores do projeto.

 O salão é reservado para dançar e para apresentações, mas possui algumas mesas. A varanda é um espaço aberto e agradável, com mesas grandes para sentar com a família. 

Baile da Melhor Idade

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

O convite do baile tem data e hora sempre marcada. Toda última quarta feira do mês das 19h às 21h. Cheio de ritmos, coreografias, danças e muitos doces e salgados, cada edição do baile torna a noite dos seus frequentadores única. “Quando entro aqui, o stress fica todo lá fora. Venho aqui para me divertir. Para fazer parte desta trupe que está sempre de muito alto astral”, diz Ednaldo Gomes, de 47 anos. 

O baile é realizado há um ano e meio pela própria turma de alunos das aulas de dança para a terceira idade do CEU Caminho do Mar, na zona sul de São Paulo. A turma se esforça a cada edição para que os novos convidados se sintam à vontade para participar e mergulhar na dança sem vergonha. A entrada é gratuita. Basta só se aprumar, levar um prato, seja salgado ou doce – parte importante da noite –, e aproveitar.

“A ideia de usar a gastronomia surgiu como uma forma de criar vínculos entre eles, e para que também não ficassem muito tempo sem ingerir nada. Alguns alunos vão pra aula sem comer nada devido o corre-corre do dia,” diz o professor Lenon Ribeiro, 50 anos, fundador do projeto. 

Os doces e salgados são trazidos pelos próprios alunos. Maria Ionice, de 75 anos, tinha preparado uma torta de salsicha para levar ao baile. “Eu estava em casa fazendo minhas coisas quando me lembrei que hoje era o dia do baile. Cheguei um pouco atrasada, mas precisava trazer minha torta”, conta. Além dessa, Maria traz também torta de salame e de frango, todas sempre muito fresquinhas – direto do forno.

Isabela de Jesus, de 29 anos, contribuiu com seu famoso bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Isabela organiza o baile e ajuda as meninas que têm dificuldade com a dança. “A organização das comidas fica por nossa conta, cada um traz um prato que gosta e sabe fazer. Como por exemplo o casal Telma e Lira, eles são conhecidos aqui no baile pelos bolinhos de tapioca que trazem. Eu até tentei fazer, mas não ficou igual o deles,” diz Isabela.

Cada convidado do baile é recebido com aplausos assim que chega. Hoje o grupo se tornou uma grande família. “Não vejo a hora de chegar o dia do nosso baile. O Lenon deixa a gente sempre muito animada. Meu maior sonho é aprender uma música para arrasar”, diz Iris Ferreira, de 57 anos.

Dona Lurdes Gama, de 83 anos, conhecida como Lurdinha pelos amigos, relembra suas conquistas na dança: “Já fui a Miss Jabaquara da terceira idade, Eterna Miss em 2009 e a Miss Primavera da Vila Mariana em 2018. Já desfilei para marcas famosas e amo dançar!”. 

Os ritmos musicais mais pedidos são gafieira e forró universitário, mas há também pedidos de bolero e tango. No baile da melhor idade a juventude é eterna. “Se eu pudesse eu dançaria de segunda a domingo, mas a saúde agora não está muito legal, então vou devagarinho”, diz Aldacir Nunes, de 63 anos. 

(FECHADO) Barterapia

Um espaço muito agradável para comer e compartilhar a cultura underground, o Bar- terapia reúne apreciadores do reggae e rock steady, gêneros musicais surgidos na Jamaica na década 1960. O destaque vai para a filosofia do lugar: reunir pessoas para uma “terapia coletiva”.O BarTerapia existe há dez meses e já realizou alguns eventos com discotecagem e sound system. que lotaram o salão. Pais e mães podem frequentar o local despreocupados, já que o bar conta com o espaço Terapia Kids, com mesas e banquetas adaptadas, brinquedos e livros para crianças.

As paredes são decoradas com cartazes, lambe-lambes e quadros que incentivam os frequentadores à prática da cultura compartilhada. O objetivo
é resgatar a cultura underground e fugir de padrões sociais. O ambiente conta com área aberta e fechada. O cardápio de bebidas e drinques chama a atenção. Dá para pedir uma cerveja artesanal (R$ 10) ou a caipirinha de Yakult com morango ou limão (R$ 15), por exemplo, que é feita pelo Vitão, morador do Jova Rural e rapper.

Para matar a fome, o bar serve porções, sanduíches e salgados veganos, como a coxinha de jaca. O X-Tudo é composto por hambúrguer artesanal,
muçarela cremosa, bacon, ovo frito, maionese, alface e temperos da casa (R$ 20), feito pelo tio do Renato, o responsável pelo estabelecimento. O
lanche é grande e pode servir até duas pessoas, sem ninguém ficar com fome.

O bar conta com Wi-Fi livre e é possível reproduzir músicas direto do celular para a televisão. Aos domingos acontece o churrasco comunitário
cada pessoa pode levar os ingredientes para preparar e consumir no local. Assistir aos jogos de futebol do campeonato da ocasião, enquanto se prepara as carnes entre a família e amigos, completa o ritual.

O Barterapia possui fácil acesso por transporte público. Para chegar, basta pegar as opções de ônibus que passam pela avenida Mazzei e descer
na altura 1.110.

 

(FECHADO) Miza Burguer

Sabe quando a família se junta e cada um quer comer uma coisa diferente? Foi exatamente por isso que Caroline Almeida, 24 anos, passou logo depois de voltar de Bauru para reencontrar a família. “Era uma sexta à noite, meus irmãos e eu tínhamos combinado de sair para comer. O problema era que cada um queria uma coisa: minha irmã queria lanche, meu irmão, pizza e eu queria qualquer coisa frita. Foi aí que a gente foi pro Miza Burguer”.

O restaurante é conhecido por ser o rodízio mais completo de Jandira, na região metropolitana de São Paulo. O estabelecimento oferece um único preço para o rodízio de pizzas salgadas e doces, frango a passarinho, fritas e hambúrguer, e se tornou o local ideal para a família que tem paladares diferentes.

Os hambúrgueres não decepcionam. As setenta gramas de carne foram pensadas para que o cliente possa provar os três sabores da casa: cheddar, catupiry e bacon, e eleger um favorito.

Nas pizzas, o serviço é personalizado. Assim que você opta pelo rodízio (R$ 26 a R$ 30 por pessoa) o atendente oferece de três a seis opções de sabores para montar uma pizza especialmente para você, o que permite combinações incríveis e quase nenhum desperdício. 

As pizzas doces conquistam pela aparência convidativa, mas é o sabor à moda da casa que fascina a clientela: banana, leite condensado, canela e leite em pó. A especiaria levanta o sabor da pizza e contrasta com o sabor do leite condensado, equilibrando acidez e doçura.

“Depois da primeira vez que fomos, virou tradição. Sempre que sobra uma grana a gente se reúne por lá para poder conversar e parar um pouco. O lugar é confortável, então é como se estivéssemos em casa, só que melhor”, comenta Caroline.

(FECHADO) Cafeína SP

Você já foi guiado por uma sensação? Andando em busca de comida boa na zona Norte de São Paulo, notei algo diferente no ar. O denso e conhecidíssimo aroma de café inundava um quarteirão inteiro, e, ao segui-lo, cheguei a um aconchegante cafezinho chamado Cafeína SP, pertinho do metrô Santana.

O local funciona desde 2015, mas foi completamente reformulado em 2017, quando foi comprado pelo casal Caio Lourenço e Jéssica Oliveira, que pensou em novas diretrizes para o local. A primeira delas era ser amigável com os vegetarianos, já que seus donos não comem carne; mas a boa recepção das opções alimentícias acabou tornando o local totalmente vegetariano. Caio e Jéssica cuidam do café durante a semana e contam, aos finais de semana, com ajuda de Fábio Oliveira, irmão de Jéssica.

Lá também são servidos salgados integrais vegetarianos deliciosos, como o de abóbora com carne de soja e o quibe vegano (R$ 7). Todos são acompanhados por um creme à base de iogurte com mel, que combina perfeitamente com os sabores dos pratos salgados. Os quitutes não são produzidos por eles devido à falta de espaço – são comprados de um pequeno produtor que faz somente sob encomenda.

O Cafeína SP sempre oferece um bolo do dia, feito por eles mesmos, e algumas opções de lanches, como o tostex de queijo e tomate, sempre fresquinho (R$ 6). Lá não há nenhuma estufa para manter os salgados ou lanches aquecidos – eles geralmente são preparados no momento do pedido.

Para acompanhar as opções de comida, peça um… café, é claro. O cardápio, que fica escrito na parede, tem algumas das opções que mais têm saída na casa. Do clássico expresso ao “choconhaque”, mistura que aquece até o mais gelado dos corações, eles com certeza terão algo para lhe oferecer. O carro-chefe da casa é o mocha, que leva chocolate, expresso, leite e espuma de leite (R$ 7). Bebendo a encorpada mistura, é fácil entender porque é o mais pedido. O café é comprado de um produtor que vende pequenas torras de um grão sem misturas. Eles também têm diversas opções de chá quente e gelado. Uma tacada certa é o chá de hibisco, um clássico da casa.

O café atende desde grupos alternativos da região até pessoas que trabalham nas redondezas que vão até lá para almoçar. É um lugar para relaxar e passar um tempo – e o wi-fi permite até que se trabalhe por ali.

(FECHADO) Sem Conservadores

Cris tem uma hortinha em casa, no bairro de Santa Terezinha, zona Norte, onde planta tomate, manjericão, hortelã, abacaxi, hortaliças e temperos. Mas não é só de lá que se abastece para elaborar os pratos criativos do Sem Conservadores – um delivery de “comidinhas de esquerda”, como ela mesma brinca. Parte dos seus ingredientes vêm de organizações que praticam a economia solidária, da Zona Cerealista e de armazéns de alimentação orgânica, como o Armazém do Campo, que é um ponto de venda do MST.

Formada em nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco, Cris nunca pensou em cozinhar para se sustentar. “Não era boa na cozinha, mas conforme fui entendendo sobre alimentação, percebi o monte de besteiras que ingerimos diariamente. Daí comecei a fazer um movimento pessoal de me alimentar de forma mais saudável”, conta. O negócio, no entanto, só nasceu quando ela se viu desempregada, no começo de 2017.

Cris atende seus clientes nas saídas do metrô da cidade. As receitas são vendidas em potes de vidro de 200, 250, 350 e 500 ml, com preços que variam de R$ 15 a R$ 30, e o cardápio é vegano e sem aditivos químicos (claro!). O destaque vai para o estrogonofe de berinjela com leite de aveia feito em casa para substituir o creme de leite. Para acompanhar, vale pedir os pães de abobrinha ou o australiano integral com manjericão da horta.

A cada três meses, ela lança um “pague quanto acha que vale” para produtos novos. “Acho que é uma forma mais solidária e ajuda a praticar o consumo consciente”, diz. Todos os pedidos devem ser feitos com pelo menos 24 horas de antecedência, via Facebook, onde ela combina com o comprador o ponto de entrega. Geleias – feitas com ajuda do marido – e sopas, como a de legumes e banana da terra, também fazem parte do cardápio. Junto com os pratos, Cris entrega uma lista de ingredientes contendo informações do que foi usado. “Quero que a pessoa saiba o que está comendo. Transformar nossa alimentação é um ato político”, afirma.

OBS: Sem endereço fixo, o Sem Conservadores entrega na catraca do metrô (fazer o pedido pelo Facebook com pelo menos 24 horas de antecedência).

(FECHADO) Ateliê Vegfit

Do café da manhã ao jantar, Ariadne e Susana ficam no Jabaquara. Elas abrem às 7h e fecham às 19h. Susana vai para a barraquinha na saída do metrô Conceição, onde só cabe ela e a geladeira com marmitas e salgados. Enquanto isso, Ariadne abre a cantina na Academia Sport Center, onde vende marmitas para os clientes do estabelecimento. Durante a tarde elas se revezam, fazem entregas por delivery e, à noite, Ariadne estuda nutrição. Juntas, cozinham para o outro dia. Nenhuma das duas se incomoda com tanto vai e vem ou com tantos pratos e salgados feitos diariamente.

Elas gostam do trabalho e fazem isso desde 2015, quando Susana decidiu montar seu próprio negócio e chamou sua amiga. “Chamei, abraçamos a causa e estamos aqui”, relembra. E desde então elas vendem salgados na saída do metrô. Ali é vendida a inacreditável esfiha de carne – suculenta e com recheio equilibrado – que vale por uma refeição.

Mas o trabalho da dupla é maior. Além dos salgados, elas começaram a vender marmitas em fevereiro de 2017 – que são hoje o destaque da dupla. O interesse pela culinária vegana foi para o próprio consumo: Ariadne queria alternativas à carne, pesquisou coisas novas e experimentou receitas. Susana também se arriscou a provar e a demanda surgiu. Os clientes passavam e perguntavam o que elas estavam comendo e, aos poucos, a galera foi degustando, curtindo e novos pratos foram incorporados ao cardápio. Todos os pratos são feitos com muito amor e o próprio tempero de Ariadne: pimenta do reino, manjericão, alecrim e ervas finas – sem nada industrializado.

No Instagram da dupla (@ateliervegfit) você encontra mais de 20 opções de marmitas: vegetariana, vegana e low carb (dietas com pouco carboidrato para pessoas que querem emagrecer). Com certeza você irá se perder entre os purês de abóbora e mandioquinha, as lentilhas

refogadas, o grão-de-bico e o escondidinho de batata-doce. Ariadne se empenha para garantir o preço acessível e a diversidade – é isso que, para ela, fará com que mais e mais pessoas experimentem uma culinária diferente. “Não dá pra comer só arroz, feijão e batata. Você não vê muita variedade em pratos vegetarianos ou veganos. E, como todo mundo acha que é caro, acaba preferindo comer carne”, diz.

Para pedir no Ateliê, basta ligar ou mandar mensagem no WhatsApp. As entregas são feitas todos os dias a partir das 12h. Hoje, além das marmitas, o Ateliê também conta com uma linha variada de sucos detox. Tem de cenoura com maçã, laranja e gengibre, e chá verde com abacaxi, maçã e chia; estas opções entraram no cardápio depois que Ariadne começou a estudar nutrição e quis ampliar seu conhecimento na área.

(FECHADO) Akemi Açaí

Dividindo seu tempo como empresário e grafiteiro, Alex Oliveira tenta colocar um pouco da sua vida em seu estabelecimento, o Akemi Açaí. Alex começou com o grafite em 1996, na região do Jardim Ângela. Depois de mais de 20 anos grafitando muros em São Paulo, ele percebeu que faltava um point em seu bairro: algo natural, sem bebida alcoólica, comum nas regiões centrais. Sem pretensão e com uma grana emprestada, surgia o Akemi Açaí.

O sucesso foi gradual. No primeiro ano, o local só servia açaí e sucos. Aos poucos, o público foi aumentando e o espaço também. Hoje, o destaque são os lanches “especialidades do chef”, feitos com hambúrgueres artesanais e servidos com maionese caseira feita no próprio restaurante. Há um cuidado para que os lanches sejam montados sempre da mesma forma e o cliente saia sempre satisfeito.

O lado grafiteiro está nas paredes, renovadas todos os anos, e nos lanches, batizados com nomes das lojas que já pintou, como Twister e Tornado.

Alex tem vontade de abrir mais lojas, mas também gosta de ser aquele comerciante à moda antiga, que faz amizade com os clientes e se senta à mesa para conversar e ouvir opiniões sobre o estabelecimento. Ouvindo uma série de reclamações dos clientes, mudou a forma de atendimento: os modernos palmtops deram lugar aos bons e velhos bloquinhos de anotações.

No Akemi Açaí a galera divide espaço com famílias inteiras – inclusive o pessoal da igreja. O som é uma preocupação: MPB, sertanejo e pagode garantem a democracia sonora pra agradar todo mundo que frequenta o local. A ideia inicial, de criar na quebrada um espaço tranquilo para que os moradores frequentassem sem se preocupar com o trânsito caótico, deu certo.

E, para isso, Alex nem precisou abrir mão de sua outra paixão: ele ainda continua no grafite. Sábados e domingos são dedicados 100% à loja, mas no meio da semana ele continua fazendo sua arte em lojas e muros da região.

(FECHADO) Bar do Gueto

Tia Alaíde, como é conhecida no Jardim Alzira, faz, todo ano, uma festa em homenagem a São Cosme e São Damião (no candomblé são Ibeji: orixás crianças e gemêas, um menino e uma menina, brincalhões e protetores). Ela prepara, com ajuda das filhas e sobrinhas, um farto almoço para a criançada de casa e também do bairro. Embora seja uma festa religiosa dos terreiros de candomblé, muitas crianças, vizinhos e até parentes evangélicos – um detalhe: só na rua de sua casa existem mais de três igrejas protestantes – vêm comer da comida maravilhosa da Tia Alaíde. De sobremesa, um bolo, com cerca de um metro de comprimento, encerra a festa. “Convidar as crianças para comer à vontade é uma maneira de agradecer a tudo que Deus me deu”, diz Alaíde.

Desde pequena, em Jacobina, interior da Bahia, Alaíde via seus familiares se reunirem na cozinha. Aos 16 anos, começou a trabalhar como babá e teve que aprender por conta própria a cozinhar para outras famílias – foi quando desenvolveu suas artimanhas e se tornou uma verdadeira alquimista da comida. Foi o que lhe garantiu a sobrevivência quando chegou em Itaquera, na zona Leste de São Paulo.

Junto com sua cunhada, a baiana foi vender salgados para os comércios do bairro. Na época, a coxinha era o sucesso de vendas. Com frango temperado com alho, cebola, açafrão e cheiroverde picadinho, conta que o segredo para uma boa coxinha é sovar bem a massa até ficar soltinha. Pouco a pouco, as duas foram conquistando novos clientes e o repertório de Alaíde foi crescendo: dos quitutes baianos, ela aprendeu receitas hispânicas – por exemplo, o garbanzo, preparado com bacon e grão-de-bico – e até comidas veganas.

Em 2006, elas abriram uma pastelaria no bairro. O sonho foi crescendo e a pastelaria se transformou em um espaço que funciona à noite, a Pizzaria Melo, e ao lado, fazendo parte do mesmo estabelecimento, o Bar do Gueto. É lá que Alaíde põe em prática sua experiência na cozinha. O destaque ali são as famosas panquecas, com recheios de carne moída e molho de tomate fresco com cebola roxa, ou escarola com alho frito e queijo mussarela derretido. Também fazem sucesso as feijoadas de quarta-feira, que podem ser light, só com carnes menos gordurosas, ou bem-servida com linguiça calabresa defumada, jabá e torresmo picado.

O Bar do Gueto abre de terça a quinta, das 9h30 às 23h, e de sexta a domingo o horário se extende até à meia-noite. O espaço também recebe encomendas, o que permite que qualquer um leve pra casa uma comida que tem sempre um cheiro-verde fresquinho e também um “xêro” de cumprimento da baiana que consegue unir as diferenças pelo estômago.

(FECHADO) O Mestre do Pastel

Existem mais de 230 pastelarias no município de São Paulo. Ao menos são essas as contabilizadas até agora pelo site GuiaMais, isso se não contarmos as outras 129 que o site aponta haver em municípios vizinhos. Mesmo assim, há quem atravesse 35 km a partir do marco zero do Centro da cidade pra comer pastel em Itapevi, cidade próxima à zona Oeste da capital paulista.

A maioria das pastelarias da cidade não chama muito a atenção com seus pastéis tradicionais e pouco mais de quatro opções de recheios. O que fazer se eu gostar de frango, mas não de catupiry, ou de presunto, mas não de queijo, no bauru? E se eu quiser um pastel de pizza, mas não curtir tomate? E se eu gostar de todos os recheios de pastel, mas estiver enjoado do sabor da massa? A resposta para todas essas perguntas está no Mestre do Pastel, que serve opções de pastéis até então inéditas no município, e com um preço acessível.

Você pode pedir um pastel tradicional com cinco opções de recheios adicionais, um molho e dois temperos extras – tudo isso por R$ 7,90. Achou barato? Se, ao invés dessa opção, você preferir um pastel com um dos recheios especiais (bacalhau, camarão ou carne seca), o preço só aumenta R$ 1.

Mas caso queira tudo isso em uma massa inusitada, você precisa pedir o maior diferencial da casa. A pastelaria tem massas especiais nos sabores ervas finas, parmesão, apimentada e chocolate. As massas não se diferenciam apenas no paladar, mas também na visão: elas são coloridas! Tem pastel verde, amarelo, vermelho e marrom. “E não é corante!”, afirma Renan Barbosa – dono do local – ao contar que as cores das massas, encomendadas por um fornecedor exclusivo, vem dos próprios ingredientes.

Renan e sua esposa Joice, ambos empreendedores, abriram o restaurante em dezembro de 2016 com apenas três mesas, mas logo precisaram expandir para mais cinco mesas, além de oferecer a opção de delivery.

“Com o espaço menor, a casa lotava, ficava gente em pé. Já fui até na esquina da pastelaria pra atender cliente. Em menos de cinco meses, já tivemos condições de tornar o espaço maior para atender melhor o nosso público.” O dono explica o sucesso instantâneo que a pastelaria alcançou. “Não existe crise pra comida.”

Com tantas opções de pastel, o dono afirma que não pretende adicionar outras opções ao cardápio. Nada de lanches, sanduíches ou sorvetes. Nem bebida alcóolica. O Mestre do Pastel tem um único foco: do recheio à massa, “Somos especialistas em pastel”.

Pular para o conteúdo