Casa Ecoativa

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Se você não sabia que São Paulo tinha uma ilha, chegou a hora de conhecer. A Casa Ecoativa é um espaço cultural e gastronômico que fica às margens da represa Billings, na Ilha do Bororé, zona sul. Um passeio de balsa – que sai do Grajaú – te leva ao local. Chegando cedo você ainda acompanha a entrega dos alimentos que serão utilizados no dia, colhidos fresquinhos no sítio Paiquerê, ao lado da Casa (e onde você também pode fazer uma visita).

O cardápio traz várias opções. Prove o patê de semente de girassol, um dos acompanhamentos mais recomendados, que pode ser consumido com os pratos principais ou com os pães de alecrim ou beterraba. A Casa também serve sua famosa feijoada vegetariana completa, com batata doce e cenoura para substituir o porco, e um caldo muito bem temperado. E se nada disso agradar, tem ainda as moquecas de banana verde e também das almôndegas fresquinhas de trigo, cenoura (raiz, talo e folha) e rama da beterraba. 

No lado de fora da casa, uma seringueira enorme e brinquedos feitos de bambu são a atração favorita das crianças do rolê. E enquanto elas brincam, os pais podem olhar as exposições da Casa, que são abertas e renovadas nos dias do Sarau de Cordas (todo penúltimo sábado do mês).

O ambiente recebe muitas famílias, que se sentem à vontade para ir e escutar uma boa prosa, ver apresentações de maracatu, danças, performances e se divertir enquanto se deliciam com o que é servido na Casa. 

Antes de voltar pra casa (a sua, no caso), não deixe de levar a cesta de orgânicos (R$ 40 ou pague quanto puder, durante os eventos).

Palace House Burguer

Se quiser comer um bom hambúrguer caseiro no final de semana, é bom se preparar. O Palace Hamburgueria tem fila na porta. E não é pra menos. O local, que tem cara de lanchonete de filme americano – com bancos coletivos, parecendo o vagão de um trem –, capricha também na comida.  

Os hambúrgueres são todos artesanais, fritos na chapa na hora e chegam com aquele queijo escorrendo pelo prato. Os preços variam de $11 até $25, tendo a opção de pedir combos que variam de $23 até $65, dependendo do tamanho ou variedade (o restaurante serve também beirutes bem recheados). As batatas e onion rings são crocantes e sequinhas. Podem vir como acompanhamento do combo ou avulsas ($11). 

Paulo Henrique, de 24 anos, e João Vitor, de 18, são irmãos e frequentam o restaurante sempre em família. “Aqui podemos sentar, conversar, trazer as crianças. Nos sentimos à vontade para comer sem pressa e em paz, sem o barulho de carros passando”, relata Paulo. 

Apesar de ser uma hamburgueria conhecida pelo preparo artesanal da carne, extremamente macia e bem temperada, o lugar também oferece o hambúrguer vegano feito de abóbora que sai a partir de  R$ 16,90.

Quem quer saber como a comida é feita é convidado a visitar a cozinha do local. Mas nem precisa. Das mesas já dá para ver o chef preparando os lanches.  

Gran Sorbetto

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

A Gran Sorbetto ocupa desde 1994 o mesmo pequeno espaço em frente à praça central da cidade de Jandira, região metropolitana de São Paulo. Ir à sorveteria self-service e se sentar na praça se tornou uma tradição para as famílias da cidade. 

Daniel Gonçalves, de 27 anos, conta que desde que se conhece por gente frequenta o lugar. “Não tinha muita coisa pra fazer na cidade; vir aqui com meu pai era a melhor parte da semana. Aqui, você pode pegar o sorvete, sentar na praça, conversar”, conta.

Mantendo a tradição, agora Daniel leva seu filho à sorveteria. “A gente vinha todo domingo e enquanto eu corria por aqui, meu pai escutava o jogo. Agora posso trazer meu filho de vez em quando”, completa ele. 

A sorveteria tem mais de 24 sabores. O de tapioca é um dos mais marcantes. A textura remete à goma do beiju, mas o sabor surpreende. Ao final da primeira colher, o sorvete faz acreditar que estamos comendo uma verdadeira tapioca com coco e leite condensado, só que geladinha. 

Os outros sabores atendem desde paladares doces até os mais azedinhos. Também existem 18 opções de caldas frias e quentes, e a variedade não para por aí: o estabelecimento ainda conta com mais de 23 opções de acompanhamentos que variam entre balas de goma e amendoim fresco, salgadinho e crocante. Nas opções de palito, experimente o irreverente sabor de maçã-verde.

Apenas aos domingos, a sorveteria atende cerca de quatrocentas pessoas. Mas espaço não é uma preocupação. Localizada na Praça Anielo, uma das principais de Jandira, e com uma larga calçada, o estabelecimento tem o privilégio de fazer da cidade a extensão de seu negócio.

Feira Noturna de Barueri

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Já faz alguns anos que em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, ir à feira já não significa mais só comprar as verduras e frutas para a semana – e comer um bom pastel com caldo de cana. Agora, você também pode comer temaki, comprar artesanato ou experimentar uma fruta superexótica.

A feira, que acontece à noite (entre às 18h e 23h) e em apenas dois dias da semana (às terças, no centro de Barueri; e às quintas, no Jardim Silveira) reúne cerca de trinta negócios, segundo a prefeitura de Barueri.

Alan Marques, de 29 anos e Lídia Molivia, de 23, moram juntos há três meses e são frequentadores assíduos do rolê. “É engraçado porque a gente vai mostrando um pro outro barracas que não conhecíamos ou à qual nunca fomos”, diz Alan. E completa: “A parte mais legal da feira é que se você andar um pouco tem lugar pra todo mundo. Lá na ponta tem escorregador inflável para as crianças e, logo à frente, uma barraca de chope de vinho!”.

“Aqui você encontra de tudo. Quer comida japonesa? Mais à frente tem uma barraca. Quer comer lanche árabe? Tá logo ali. Mas se o que você quer é comer um pastel bom, tem que comer em todas essas barracas aí pra decidir”, comenta Anderson Lima, 37 anos, sobre a variedade da feira noturna.

As famílias divididas entre vegetarianos e carnívoros também podem ficar tranquilas. Com a variedade de barracas dá para todo mundo comer, ter um ótimo passeio e, com sorte, até encontrar uma proposta que agrade ambos, como o shawarma. “Eu sou vegetariana e o Alan adora carne, então, geralmente temos que ir a mais de uma barraca pra todo mundo ficar bem. Mas semana passada resolvemos esse problema numa barraca de lanches árabes que serve de tudo”, conta Lídia.

O lanche árabe demora apenas alguns minutos para ficar pronto. Envolvido por um pão sírio crocante e quentinho, o recheio de tiras de carnes mistas bem-temperadas vem acompanhado de molho de alho. Mesmo adaptada, a receita segue os princípios da tradição e não abre mão de uma boa combinação de verduras e picles.

A opção vegetariana não decepciona: tem recheio de repolho branco crocante, alface e cubos de pepino e tomate, acompanhados por queijo adyghe e um creme azedo temperado com curry, sal, açúcar e alho. Uma releitura que não perde em nada para a sua versão tradicional.

A Barca

O creme da frutinha roxa, típica da Amazônia, espalhou-se por todo o Brasil. Mas aqui, na capital paulista, é raro encontrar o fruto sendo servido como é comido no Pará: salgado. Não é o caso do food truck A Barca. Há mais de seis anos, Marina da Silva, de 46 anos, faz questão de manter a tradição passada de geração a geração em sua família paraense. Serve o açaí puro, sem açúcar e com farinha de tapioca.

Além da experiência gastronômica, Marina também se preocupa em transportar o cliente para outro universo. Seu food truck conta com cadeiras e um lugar tranquilo para bater um papo, ainda que em meio às agitações da cidade de São Paulo, no Rio Pequeno, Zona Oeste. “A gente não quer só vender, mas proporcionar um tempinho de sossego às pessoas”, diz.

A clientela é diversa e, para agradá-la, o local oferece, além do açaí tradicional (a R$ 15), um cardápio vasto com outras opções, como brigadeirão, sorvetes e lanches. Tudo, no entanto, é servido em pequenas barcas (para honrar o nome). É possível variar as combinações do açaí. Para quem prefere comer a fruta doce, pode-se combinar com duas bolas de sorvete, cobertura e seis acompanhamentos que vão desde a tradicional paçoca e granola até Ovomaltine, Kit Kat e frutas como morango, banana, cupuaçu e manga (R$ 30).

Para Kelly Yuki, de 22 anos, ir ao food truck é o momento de pausa no qual ela pode estar a sós com seu companheiro. “A gente sempre vai lá, não só pelo açaí ser o melhor, mas por ser um lugar onde conseguimos ter um momento sem as crianças”, diz.

Publicado em novembro/2019. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Espaço Clariô de Teatro

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

O Grupo Clariô de Teatro, localizado em Taboão da Serra, cria sob a perspectiva da periferia para a periferia. Descentralizando as produções culturais, a programação do galpão tem encontros para todas as idades, como atividades de teatro, música, shows, literatura, dança e oficinas. 

 É um lugar frequentado por famílias da quebrada de Taboão, a galera da Zona Sul de São Paulo, artistas, crianças e quem gosta de teatro, já que o grupo foi premiado diversas vezes por suas montagens. O Clariô é referência na região e conta com parcerias de variados movimentos das quebradas, que realizam temporadas no galpão.

Uma das parcerias do grupo é com Elisabete Belo dos Santos, de cinquenta anos, diarista, cozinheira e vizinha do Espaço Clariô. É ela quem proporciona comidas e lanches deliciosos com valores camaradas que podem ser ótimos acompanhamentos para as vivências nos eventos do teatro. Ela prepara lanches que abrem o apetite, como o pão com carne maluca (pão francês com carne de panela), em um molho encorpado produzido durante o cozimento da carne, que é vendido por R$ 5. 

 A família da Bete é vizinha do Clariô desde a fundação do grupo. Seus filhos sempre frequentam as atividades no galpão. Convidada pelo grupo, Bete começou a preparar os lanches em casa para vender nos eventos do teatro. Ela monta o cardápio com variedades de doces, caldos, lanches, tortas e a carne maluca. O caldo verde é o coringa do cardápio, porque pode ser vegetariano ou com pedaços de linguiça. A escolha é do freguês.

  Toda última quinta-feira do mês, às 20h, acontece o QuintaSoito, evento promovido pelo Grupo. Os encontros são abertos ao público. Pra quem chega, sempre tem uma sopa, de graça, feita pelos próprios integrantes do Clariô. O sabor é sempre uma surpresa deliciosa. Cada pessoa que se dispõe a cozinhar faz sua receita. 

 Nas segundas segundas-feiras de todo mês, a atividade acolhida pelo Clariô é o Sarau do Binho, um dos pioneiros dos saraus nas periferias. “No Sarau do Binho, você vai ter poesia, música, apresentação de vídeo, de cinema. Acaba sendo um grande encontro de amigos; mesmo que você não conheça ninguém, as pessoas vão te cumprimentar, vão fazer que você, de certa forma, sinta-se parte do sarau”, conta Sheila Signario, 33, fotógrafa e moradora da região. 

 Para quem vai de São Paulo visitar o espaço taboanense, basta pegar um ônibus que siga pela Estrada do Campo Limpo, descer no ponto do Largo do Taboão e seguir até a Rua Santa Luzia, 96.

Agência Solano Trindade

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Funciona na Agência Solano Trindade o primeiro armazém de alimentos orgânicos da quebrada de São Paulo. Foi criado em 2017 pela própria galera da Agência, a partir do entendimento da existência de desertos alimentares na cidade, que faz com que as pessoas andem muito para encontrar produtos in natura.

No espaço é realizada a Feira Organicamente, às quintas e sextas-feiras, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h (acompanhe as redes sociais para a confirmação da feira na semana). É possível saber a origem do que você irá comer pela proximidade com quem cultiva. Os alimentos orgânicos são fornecidos por produtores locais de São Lourenço, Parelheiros e Embu das Artes. Há como reservar uma cesta de alimentos que pode ser entregue por toda a Zona Sul. Tudo fresco. 

Na maior parte dos eventos que acontecem na Agência, quem prepara a comida é Cleonice Maria de Paula, 55, a tia Nice. O destaque é o Pastel de PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais). Entre outras opções, tem o pastel de capuchinha com alho-poró, de berinjela e de coração da banana com almeirão. Os valores variam entre R$ 5 e R$ 8. Vera Lucia Pires, 69, aposentada, mora na mesma rua da Agência Solano Trindade. “Comi um pastel PANC (nunca havia experimentado) e gostei. Em outra ocasião, comi um ravióli – se não me engano de ricota com espinafre, ao molho sugo – divino”, conta.

Além do pastel, tia Nice prepara refeições como o nhoque de mandioca artesanal, que fica entre R$ 20 e R$ 30. Tudo é feito com alimentos sem veneno, de produtores locais ou da própria horta da Agência.

Quem quiser provar a comida da tia Nice pode colar na Agência Solano Trindade, na Vila Pirajussara, ou entrar em contato por meio das redes. A casa fica próxima do Terminal Campo Limpo: basta atravessar a rua do terminal, passar pela praça que dá acesso à rua Batista Crespo e ir até o número 105. 

É uma ótima opção para quem escolhe uma alimentação mais saudável para a família toda. “Enquanto em muitos lugares determinados agrotóxicos são proibidos, aqui no Brasil é tudo liberado. Então, a gente de fato não sabe o que está ingerindo”, reflete Roseli Ezzy, 42 anos, professora de inglês e moradora do Jardim Umarizal. “E eu tenho filho pequeno. Acho que para uma criança em desenvolvimento é ainda pior consumir essa quantidade grande de veneno. Quando você começa a consumir o produto orgânico, você consegue sentir a diferença no sabor”, conta ela. 

“Você vai para os polos mais centrais da gastronomia e é caríssimo ter acesso a uma capuchinha, ora-pro-nóbis, a um peixinho”, conta Alex Barcelos, 39 anos, articulador e produtor cultural da Agência Solano Trindade, ao se referir às PANCs. “Essa riqueza temos aqui. A tia Nice, minha mãe e outras mulheres periféricas têm esse resgate do histórico da cultura alimentar. São coisas que eram tradicionais dentro da periferia. Antigamente, as nossas senhoras, nossas griots, sempre tiveram taioba e outras plantinhas no seu quintal”, explica.

Panelarte e Sarau Urutu

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Lanche de casca de banana, quibe vegano de farinha de pão amanhecido e coxinha de jaca. É com esse tipo de comida – usando e reaproveitando alimentos – que o Panelarte, um coletivo cultural criado em 2014, entende e respira a gastronomia nas quebradas. As amigas Bianca Souza e Rafaela Souza, ambas com 28 anos, fundadoras do projeto, acreditam que a comida é uma forma de olhar para a cultura de uma comunidade.

“O Panelarte trabalha com opções para todos os gostos e bolsos. Não se trata apenas de comida. É uma rede de apoio para quem busca uma alimentação diferente, seja carnívora, vegana ou vegetariana”, diz Bia. O projeto faz oficinas na Zona Leste de São Paulo para apresentar às pessoas como a alimentação do dia a dia pode ser saudável e sustentável.

Quer experimentar o que elas produzem? Tem que correr atrás da agenda no Facebook (Panelarte). As comidinhas do coletivo estão presentes em saraus e encontros culturais da região. Nos eventos, são vendidas diferentes opções de salgados e doces veganos. Entre os mais vendidos estão a torta de abobrinha, o lanchinho de casca de banana e os quibes, feitos de trigo, farinha de rosca ou pão, hortelã, limão e pimenta-do-reino. O recheio é escolhido pelos clientes: berinjela, alho-poró e abóbora são os mais populares. O coletivo também tem opções para quem não tem restrições à carne. O canudo de frango é um dos mais pedidos.

Entre os eventos parceiros do Panelarte está o Sarau Urutu, um encontro de artistas e moradores que acontece todo segundo domingo do mês na rua Urutu, no Jardim Matarazzo, Zona Leste. O evento surgiu em 2015 como resposta à notícia de desapropriação de um terreno para a construção de uma nova estação de trem da CPTM. Além de poesia, o sarau também recebe grupos de teatro e dança. A programação ainda conta com o Cine Urutu, onde são exibidos filmes e documentários.

Páginas do Sarau Urutu: Facebook | Instagram

 

AlibaBar

Em 2001, a novela O Clone, de Glória Perez, popularizou no Brasil a temática árabe. A história do amor impossível entre a muçulmana Jade e o brasileiro Lucas levou para o horário nobre as roupas, as músicas e o modo de vida típico do mundo árabe.

Descendente de libaneses, Bil Rajab resolveu pegar carona no sucesso da novela. Ele abriu em 2002 a primeira casa noturna com a temática árabe, a Aliba Bar. Deu certo: com foco no entretenimento com danças típicas, a casa se manteve por dez anos. Acabou fechando em 2012, por conta das mudanças provocadas pela Lei Seca.

Em março de 2016, o Aliba Bar voltou à ativa. Desta vez, no entanto, repaginado: transformou-se em um restaurante, também na zona Norte, que mantém a temática com paredes desenhadas, tecidos no teto, narguilés e cores vibrantes. Às sextas e aos sábados, ocorrem apresentações de dança de ventre.

Para comer, há opções bem brasileiras como bobó de camarão e também adaptações como a feijoada com carne de carneiro, mas o destaque mesmo são os pratos típicos. O cardápio foi elaborado pela mãe de Bil, libanesa também
encarregada de ensinar pessoalmente todas as receitas aos funcionários. Aos sábados, o cardápio é 100% árabe.

O shawarma (R$ 15), um sanduíche de carne envolta em um pão sírio, é enorme e pode ser dividido. Ele agrada até mesmo os paladares mais exigentes, com temperos árabes. No buffet há arroz com lentilha, charutos, kafta e outros pratos típicos. Cada 100g custa R$ 4,49. As esfihas saem por R$ 4,50 cada.

Dona Fran

Sabe aquela cheirosa e saborosa comida de vó? Preparada com bastante alho picadinho, temperos naturais, nenhum condimento industrializado e todo amor e carinho? Em Paraisópolis tem. E a boa notícia é que Dona Fran, a cozinheira, resolveu abrir as portas da sua casa para cozinhar para a comunidade.

Francisca Macedo dos Santos, 46 anos, é maranhense. Trabalhou durante muitos anos como empregada doméstica, e, nesse meio tempo, sempre esteve em contato com a cozinha. Seu desejo era que as pessoas experimentassem sua comida. Quando deixou o trabalho doméstico, chegou a ser camelô e a vender açaí, mas os negócios não deram certo. Dois amigos, encantados com seu tempero, a desafiaram a abrir um restaurante – assim surgia, no ano de 2010, o Restaurante da Dona Fran.

Todos os dias ela levanta às 7h para começar a preparar o almoço. O trabalho, no entanto, começa bem antes: as carnes ficam descansando no tempero de um dia para o outro. Não há muita variação no cardápio. A base sempre é composta por arroz, feijão, salada, macarrão e farofa de bacon. O que varia são os tipos de carne, sempre três à escolha do cliente. Frango à milanesa, coxa de frango assada, costela e feijoada são algumas das opções. Com R$ 27, duas pessoas comem muito bem.

O restaurante, em si, não é exatamente um restaurante. É a sala da casa da Dona Fran. Os clientes compartilham as mesas e podem ver Fran em ação, já que a cozinha fica logo ao lado. O local fica aberto para o almoço, mas o horário é flexível: ela conta que, em alguns dias, clientes aparecem para comer às 5h da tarde.

Apenas Dona Fran e sua sobrinha cozinham. Elas cuidam do almoço, servido de segunda a sábado, e também das encomendas. A comida da cozinheira já circula por toda Paraisópolis em entregas a pé, e sua fama já ultrapassou os limites da quebrada. Dona Fran conta que já recebeu pedidos no Portal do Morumbi, mas não pôde atendê-los por conta da distância.

Agora, o que ela quer é comprar uma moto para agilizar suas entregas e continuar colocando em prática o que sempre desejou: fazer com que mais pessoas possam experimentar o seu tempero de vó.

Publicado em agosto/2018. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Pular para o conteúdo