Dr. Naturalle

O setor de restaurantes vegetarianos vem crescendo na cidade de São Paulo. Segundo uma pesquisa do IBOPE, de 2012, cerca de 792.120 de paulistanos se dizem vegetarianos. Mas, apesar disso, poucas são as opções nas periferias da cidade. Por isso a procura pelo Dr. Naturalle é grande. Ele fica na Rua Agenor de Barros, na Vila Ponte Rasa, Zona Leste. O pico, que antes dava lugar a uma loja de produtos naturais, hoje também se tornou um restaurante vegetariano.

Aberto em julho de 2015, o Dr. Naturalle atende, principalmente, os trabalhadores da região – por estar localizado em uma área comercial da Vila Ponte Rasa. Professores de escolas próximas costumam comer por lá, mas para ganhar tempo, optam pela marmita. “Pedem tanta marmitex que quase não damos conta.”, conta Gabriela, 27 anos, filha dos donos, que é vegetariana desde que nasceu. Hoje Gabriela trabalha na cozinha do restaurante dos pais e lembra de quando a mãe Marilene, também vegetariana, a levava para comer em lugares muito distantes – por não terem essa opção perto de onde moram, na Patriarca. Ela conta que às vezes iam em restaurantes não focados no vegetarianismo e pediam algo sem carne: “Daí a atendente dizia ‘mas não é carne; é só presunto, é só frango, é só patê…’, o que indica que muitas vezes as pessoas não tem conhecimento sobre o vegetarianismo”.

Abner, marido de Marilene, e também dono do restaurante, não é vegetariano mas admira o movimento e considera importante ter pessoas vegetarianas no comando do fogão diariamente. “Por exemplo, temos a Jô, que também é vegetariana e trabalha com a Gabriela na cozinha. Já a Simone, de 32 anos, é atendente e também é vegetariana”” explica. Para Simone, que mora em Guainases, a existência de restaurante vegetariano na quebrada, aproxima as pessoas do movimento, que ainda é muito desconhecido por lá – e também no bairro onde mora.

A maioria de funcionários da loja não é vegetariana, mas a Gabriela disse que como eles comem lá sempre, acabaram se atentando mais para a alimentação saudável. “Eles curtem o movimento e isso acaba atingindo a vida pessoal deles também”, comemora.

Dr. Naturalle conta com cardápios que variam conforme os dias da semana e você pode comer a vontade por R$ 14,90 nas segundas-feiras. Nos demais dias, o valor é R$ 19,90. O destaque é a lasanha de berinjela que, segundo a Gabriela, é o que mais sai e o que mais atrai a curiosidade da galera, juntamente com os refogados de legumes.

 

Maria Bonita

Parque do Rodeio, Cohab Inácio Monteiro, Zona leste de São Paulo.

– Oi, moço, onde tu comprou essa marmita aí?
– Comprei no restaurante seguindo a rua aqui, aquela casa do norte

Diálogo direto e reto. Mas foi assim que eu descobri a Casa do Norte Maria Bonita.

Ninguém nota um movimento muito significativo quando passa na Rua Cachoeira Morena de manhã ou de noite, mas no horário de almoço, entre 12h e 14h, não tem jeito: é notável o constante fluxo de pessoas. O pessoal disputa avidamente uma das oito mesas – ou uma marmita – na Casa do Norte Maria Bonita. A dona do local não se chama Maria, se chama Areta Camargo, tem 31 anos, e também mora no bairro onde se encontra o restaurante, Cohab Inácio Monteiro, um lugarzinho entre Cidade Tiradentes e Guaianases. Areta abriu o, até então, Bar Maria Bonita, em 9 de julho de 2008, junto com seu marido Michel Paulino, de 34 anos. Era pra ser só um bar, mas aí… “Os clientes começaram a pedir comida e, dois meses depois, nós começamos a vender os pratos do norte mais famosos: arrumadinho e baião de dois.”, conta.

O prato mais pedido é o que dá nome ao restaurante, o Maria Bonita, porque foi elaborado pela galera que trampa ali. Ele inclui arroz com jabá, feijão fradinho, costela frita, carne seca desfiada, queijo coalho e vinagrete e custa R$17,00, a menor porção, e R$32,00, a maior. A coisa é bonita mesmo e não tem miséria. Mesmo a porção pequena, vem um montão.

Se você estiver com menos fome – porque pra comer no Maria Bonita tem mesmo que ter espaço no estômago – rola uma feijoada mais leve do que a tradicional, a feijoada light, que vem sem pé e orelha, e custa R$25,00, a porção pequena, e R$36,00, a grande. Os pratos mais baratos têm preços que variam de R$12,00 até R$26,00, e tem desde macarrão até picadinho. Os mais caros têm preços que variam de R$18,00 até R$36,00, e têm desde as duas opções de feijoada – a tradicional e a light – até parmegiana de filé de frango ou de bife. Comida boa e com sustância, o Maria Bonita acabou se tornando uma referência para as famílias do bairro. Também sai muita marmita para os professores e funcionários da escola que fica no final da rua, E.E. Cohab Inácio Monteiro. É ao lado dessa escola, que fica o Parque do Rodeio, onde os jovens e as famílias da redondeza se encontram, fazem festas nos quiosques, andam
de bicicleta, skate e patins – e de quebra ainda rola aquele futebol entre as minas e os manos.

 

Ô Pastel – O legítimo pastel de feira

Ei, você! Você mesmo, que está de passagem agora pelo Terminal João Dias, não passe tão rápido. Sei que está com pressa, mas juro que por trás desse aglomerado caótico de ônibus, metrôs, carros, gente e churrasco de rua existe um lugar em que vai fazer você querer ficar ali, observando tudo de longe por horas. Tá vendo aquele monte de comércio bem atrás da enorme Parada Itapaiúna? Observe um espaço grande, que lembra uma garagem. Ali dentro dá para perceber uma barraquinha vermelha de pastel. Pode entrar, que você não vai se arrepender. Provavelmente quem vai te recepcionar é a dona Sueli, a simpática e hospitaleira dona que abriu a Pastelaria Bem Legal há dois anos. Diz ela que não sabia absolutamente nada de pastel antes do empreendimento, mas você não vai acreditar nisso, quando provar alguma das 40 variedades de sabores servidos nesse paraíso pasteleiro.

Deslize os olhos pelas placas com sabores e deixe sua intuição te guiar na escolha, mas vou te dar a dica: os de pizza, carne e frango com Catupiry são os que fazem mais sucesso. Eles são muuuito bem recheados. E tem mais: a Sueli, criativa que é, teve a ideia de criar molhos que acompanhassem os pasteis, indo além do clássico vinagrete. Se liga: alho, alho e salsa, cebola e salsa, cebola e orégano, saladinha, apimentado e tomate – todos desenvolvidos especialmente para combinar com cada um dos sabores do cardápio. Isso é que é harmonização! O difícil vai ser escolher um só porque, acredite, você vai querer comer os molhos de colher.

Não bastasse todo esse dilema entre os pasteis salgados, os doces vão vir para complicar ainda mais sua a cabeça. Pense no seu chocolate favorito. Em seguida, coloque ele numa massa de pastel e frite. Já está delirando? Além dos tradicionais Romeu e Julieta, chocolate e as suas combinações com morango ou banana, você vai poder escolher entre pasteis de marcas famosas como Diamante Negro, Laka, Shot e Sensação. Onde mais você já viu algo parecido? No de Diamante Negro dá até para sentir os cristais crocantes no meio do chocolate derretido. Mas olha, mais uma dica, dessa vez da própria Sueli: o que ela mais gosta entre os sabores açucarados é o de doce de leite. Pode pedir ele coberto no açúcar com canela, sem medo. Para acompanhar tudo isso, um caldinho de cana é a melhor escolha. Você ainda pode pedir uns salgados ou então algum dos mais maravilhosos caldos quentes da cidade. Tem caldo verde, de costela com mandioca, mocotó, feijão com calabresa ou carne seca, mandioquinha com frango ou carne seca, piranha e sururu. Porque só fazer o melhor pastel da região não é o suficiente para a Sueli, não é mesmo?

E aí, valeu a pena conselho, né? Na verdade, se você seguiu ele direitinho, com certeza já deve estar até pensando na próxima visita e ficando em dúvida no próximo sabor que vai experimentar.

Atualização em 11/06/2020: A Sueli reformulou algumas ideias pro negócio, mudou de nome e de endereço e abriu o “Ô Pastel – O legítimo pastel de feira”, na mesma região! Ele fica na rua José Barros Magaldi, 23 – Jd São João 🙂

Ville Japan

Eu seguia cotidianamente pela Av. Sadamu Inoue, a principal via que liga o extremo sul da capital com o resto da cidade, quando vi uma série de placas vermelhas com formato de peixe e os dizeres “restaurante japonês”. Deixei meu coração ser guiado pelas setas que as placas traziam e desviei do caminho principal, entrando em uma ruazinha desconhecida. Ao entrar no Ville Japan, a impressão era de que eu acabara de atravessar um portal com poder de abrir um buraco na terra e transportar as pessoas para o outro lado do mundo. Poucos passos foram dados e, de repente, eu estava imerso em um mundo mágico e leve, composto por karaokê e peixe cru.

O criador desse mundo é o chef Marcos Naka, que há seis anos abriu o restaurante no espaço onde antes era apenas sua casa. As placas de peixe são porque, segundo o próprio, ele “sempre entendeu muito de marketing”. O mais legal é que o Marcos não só idealizou tudo isso como também é o responsável pela construção da parada. Todos os elementos de madeira que compõem a decoração do lugar foram feitos por ele, que utiliza caixas de bacalhau reaproveitadas. Segundo o chef, as caixas são reforçadas para aguentar os impactos das viagens marítimas, o que resulta em um material de ótima qualidade para se transformar em figuras de peixes, crustáceos, dragões e samurais.

Um dos pratos mais vendidos no Ville Japan é o temaki, apresentado no cardápio nos tamanhos pequeno (R$ 9), normal (foto, R$ 19) e mega (R$ 25), mas mesmo o normal já é maior que todos os temakis que vi na cidade. Outro clássico, o yakissoba aparece em oito variedades, incluindo o inusitado Sabor do Nordeste. Ele foi criado após um pedreiro amigo do Marcos lançar o desafio: “No dia em que você fizer um prato com ingredientes do Nordeste, incluindo quiabo, eu como a sua comida”. Desafio aceito, nasceu o yakissoba que, além da tradicional massa com legumes, acompanha finas fatias de quiabo, tiras macias de filé mignon, linguiça (bem) apimentada, bacon, camarão e um ovo frito por cima (!!!). E não é que a mistura funciona? A porção média custa R$ 45 e alimenta muito bem 2
pessoas. É yakissoba com sustança! Eles ainda servem entrada (macarrão bifum e sushi), sobremesa (gelatina de duas camadas) e infusões de folhas de figo com mel ou gengibre em cachaça, tudo como cortesia!

O espaço ainda conta com pebolim, sinuca e, em uma das salas privativas para grupos, um Nintendo Wii! Sim, como nos tradicionais restaurantes japoneses, o Ville Japan tam bém tem aquelas salinhas que ficam geralmente reservadas para famílias – maior público do lugar. Dei a sorte de pegar o restaurante vazio e fazer dele todo uma sala privativa, um pequeno mundinho japonês só para mim, no meio do Jardim Marcelo. Tudo graças ao chamado dos peixes espalhados ali na avenida, facinho para todo mundo ver. Difícil agora só é dizer sayonara.

 

Restaurante da Marlene

Cambuci: a palavra que nomeia o bairro do Centro de São Paulo veio de uma fruta nativa da Mata Atlântica. Sua origem é o termo “kãmu-si”, ou “pote d’água” em tupi-guarani, devido à sua semelhança com o formato dos vasos de cerâmica que os índios produziam. O fruto – da família das goiabas e jabuticabas – está diretamente ligado à história do estado de São Paulo, pois, originalmente consumido pelos índios, passou a ser consumido pelos bandeirantes curtido na cachaça.

Apesar da importância histórica e ambiental, pouca gente conhece a fruta e a espécie chegou a ser ameaçada de extinção. Hoje esse quadro vem mudando e o cambuci se tornou um símbolo de preservação da Mata Atlântica, graças a estratégias como a Rota do Cambuci, um festival que teve sua primeira edição em 2009. Parelheiros, no extremo sul da capital, faz parte dessa rota. A 37km de distância do Marco Zero da cidade, na Sé, a região, com seu clima de interior e cercada por toda parte pelo verde da Mata Atlântica, foge completamente do perfil caótico e cinza do resto de São Paulo. É lá que estão localizadas as duas unidades do Restaurante e Pizzaria Marlene, que certamente possuem a melhor e mais sustentável comida caseira da região.

Aberta em 1989, pela Dona Marlene, a primeira casa era inicialmente um bar. Em 2006, ela passou a desenvolver receitas com frutas nativas, que deram tão certo que três anos depois passaram a fazer parte da Rota do Cambuci. O restaurante self-service muda o cardápio todos os dias, de acordo com a qualidade e preço dos produtos na semana. Ainda assim, alguns pratos são verdadeiros clássicos, como a moqueca de peixe, o peixe à milanesa e a espetacular costelinha de porco no molho agridoce de cambuci, que desmancha na boca e combina perfeitamente com o sabor ácido e adocicado da fruta. Vale ressaltar também que todas as ervas e folhas são orgânicas, compradas de produtores da região. O preço é muito camarada e para acompanhar a comida, nada melhor que o suco de cambuci, também ácido e adocicado na medida certa. Uma paleta de cambuci com leite condensado é perfeita para fechar o almoço. Outras delícias caseiras feitas com a fruta também podem ser encontradas no restaurante, como geleias, musses e cachaças.

“Quando comecei, Parelheiros era bem menor, mas não cresceu tanto econômica e culturalmente falando. É preciso de muito trabalho para que os moradores daqui tenham mais contato com as nossas frutas”, diz a simpática Dona Marlene, que abriu a segunda unidade do restaurante em 2015 e também dá oficinas culinárias sobre as frutas nativas em diversos pontos da cidade. Com sua rica simplicidade transmitida tanto na fala, quanto na comida, ela se tornou uma figura importante na divulgação da região. É daquelas pessoas com um jeito gostoso, que dá vontade de colocar dentro de um potinho, ou de uma compota, e levar para casa.

 

 

O Mocofava

O senhor Gercino de Almeida saiu de Mulungu, cidade de Pernambuco que fica a 280 quilômetros de Recife, e veio para São Paulo com seu irmãos, José Oliveira de Almeida e Gilvan de Almeida. Eles fundaram uma das primeiras casas do norte de São Paulo, localizada na Vila Aurora, Zona Norte de São Paulo.

Em 1974, seu irmão “Zé de Almeida” fundou seu próprio bar na Vila Medeiros, que resultaria no hoje premiado e famoso Mocotó. Em 1976, o Sr. Gercino fundou o seu bar na região do Lauzane Paulista e começou a desenvolver um dos poucos lugares que vendia produtos do nordeste na região: rapadura, farinha, pimenta, fava, carne seca, entre outros. Aos poucos a Casa do Norte foi se tornando um bar e restaurante. Gercino mudou de nome, acabou virando o “Bigode” e a Casa do Norte Irmãos Almeida foi virando “Bar do Bigode”. “Isso aqui era um boteco pé sujo, mudou muito”, conta Júlio, frequentador do bar, 52 anos. O ambiente em que hoje se situa o bar é bastante amplo e fica no mesmo endereço em que o Bigode o fundou, lá em 1976. O atual dono, Anderson, filho do Bigode, conta que a cozinha do restaurante e o ambiente para os clientes era a sua própria casa. Em 2008, ele expandiu o bar e acabou tendo que utilizar os espaços de seu antigo lar para dar espaço ao sonho de continuar e crescer com o Mocofava.

Segundo Anderson, seu pai inventou a mocofava – prato que reúne o clássico caldo de mocotó com os ingredientes da favada, composta de fava, carne de sol e linguiça. Além disso, eles também são os criadores da Catubeba, uma mistura meio amarga que reúne o vinho de catuaba com o suco de jurubeba.

Para comer, vale aproveitar o prato que dá nome ao local, que possui grandes pedaços de carne de sol, de linguiça e de mocotó. Mas não deixe de provar o bolinho de carne de sol: sua massa tem uma consistência mais amolecida e o sabor da carne é bastante presente. Acompanhado do molho de ervas finas que lhe é servido no prato, o salgado acaba sendo a melhor opção para quem quer comer uma coisa rápida no bar.

Para beber, você vai encontrar uma grande variedade de cachaças de quase todos os estados da nação. A catubeba é uma boa pedida, porque, além de possuir um sabor totalmente brasileiro, sai por apenas cinco mangos. Para a sobremesa, o Rapatudo é a pedida: sorvete de rapadura, com raspas e melaço do doce sertanejo, pelo preço de 12 dinheiros. O que você acha? “É um puta de um ambiente família”, disse o Júlio, o cliente que trocou uma ideia com a gente.

Seu Gercino continua trabalhando lá, mas quem chefia todo o funcionamento do restaurante é o Anderson. Essa relação pai e filho mantém a tradição que segura um dos mais saborosos restaurantes da região. É, de fato, um puta de um ambiente família.

 

Pantcho’s House Burguer

Cheddar, presunto e anéis de cebola empanada cobertos por molho de mostarda e mel no pão australiano artesanal: esse é o Chico Cheddar, o hambúrguer mais pedido da casa. Na cozinha, os hambúrgueres são feitos pelo Ricardo, o Pantcho, que descobriu ter talento pra coisa depois de muito ao assumir a cozinha nas reuniões entre amigos que fazia em casa, junto com a companheira Regiane.

Entrar no Pantcho’s House Burguer é como estar em um filme do Tarantino. Parece uma lanchonete americana dos anos 80, com luz baixa, sofás, vinis e pop-art. “Vocês estão no lugar errado”, já ouviu Ricardo, certa vez, de um cliente. Mas o casal escolheu abrir seu negócio no Grajaú justamente por perceber que não tinha nada parecido na quebrada onde moram. Os dois tocam o dia-a-dia do lugar e fazem questão de tornar tudo muito pessoal. Todos os nomes dos hambúrgueres são referências aos seus bichinhos de estimação e pessoas importantes para eles. O Chico Cheddar, por exemplo, é uma homenagem ao pai da Regiane. Tem também o Gato Rei, que acompanha carne bovina, uma “exagerância” de bacon, queijo prato, cebola e maionese especial no pão artesanal, e custa.

O Clássico 70 é o mais barato da casa, mas a Regiane garante que não deixa a desejar para os outros: hambúrguer bovino, coberto com fatias de queijo, acompanhado por tomate e cebola sob uma camada de maionese especial no pão artesanal. E, ah, para adicionar fritas ou anéis de cebola empanado ao seu burguer, você paga mais R$ 4,50. Como opção de bebida, o Choco Kit Kat, feito com um sorvete que é receita de uma confeitaria local, têm pedaços de chocolate, palitos de Kit Kat. O atendimento é atencioso e você pode explorar o cardápio pedindo aos funcionários dicas sobre seus lanches e acompanhamentos favoritos. Na trilha sonora não podia faltar Criolo, um dos muitos artistas do Grajaú que fazem parte da identidade da hamburgueria. PS: dê atenção especial ao desenho da capa do cardápio, também, obra de outro artista local.

Aqui, casais jovens, idosos e grupos de amigos se encontram em plena quinta-feira à noite, num clima de conforto e descontração. Muita gente chega ao Pantcho’s por meio da página do Facebook, que tem uma identidade visual profissa. É que a Regiane é designer e aplica muito do que aprendeu pra alavancar o negócio, que antes era delivery e há dois meses tem local fixo na região.

AVISO: A hamburgueria fecha às 23h. Mas existe o risco do Tim Maia no vinil não deixar você querer sair. Os funcionários que me perdoem, mas precisei dançar.

 

 

Pizzaria SP

Um cliente que estava a passeio no Jardim do Colégio, zona Sul de São Paulo, vindo do Rio Grande do Sul, pediu a Alexandre uma pizza que tivesse todos os ingredientes da cozinha. Afeito a desafios, ele foi pra trás do balcão testar. “Não deu pra atender o pedido totalmente porque a pizza ia ficar muito grande, mas garanti o frango, ovos, milho, catupiry, mussarela, peito de peru, calabresa, lombo, parmesão, provolone e o bacon”, conta o dono da Pizzaria SP.

Uma mistura que, a primeira vista, pode até parecer estranha – e por isso que, antes de vender, Alexandre testou de novo a receita com os amigos e os parentes. Mas que cabe direitinho na fome pós-rolê, porque é alta, imponente e dá água na boca. Não só minha, mas da clientela como um todo, que transformou a a X-tudo na mais vendida – e mais cara: R$ 37,00 – pizza da casa.

Alexandre gostou da moda e abriu o radar. Ao ouvir sugestões dos clientes, criou mais quatro sabores novos e que também tem muita saída. A Vilma – de frango, catupiry, palmito e bacon – e a Viviane – com presunto, ovos, ervilha e catupiry. Ambas foram batizadas com os nomes das clientes que sugeriram a combinação e saem por R$ 30,00. Outro destaque da casa é a pizza de strogonoff de frango, com mussarela e batata palha, que sai por R$ 32,00.

Alexandre pré-aquece a massa e conta piadas, descontraído, montando os sabores com ingredientes que a Beth, sua sócia, traz da cozinha, já cortados. A Pizzaria SP abre as portas às 18h, e durante minha visita, numa quinta-feira fria, um cliente já conhecido chega, brincando com a Beth, que já sabe o que ele vai pedir: a pizza Baiana 2, com calabresa, cebola, ovos, pimenta, bacon e tomate. O clima é de amizade entre os clientes e os donos, no lugar que é administrado pelo casal há dois anos. O talento do Alexandre com as pizzas já se mostrou quando ele ainda era funcionário da pizzaria. Certa vez, o antigo dono precisou viajar, e foi ele quem assumiu o forno. De tanto olhar o patrão fazendo, tirou de letra. Os clientes aprovaram e ele não saiu mais de lá. Pra quem tem pouca fome, vale pedir uma brotinho por R$ 20,00, que dependendo da sua galera, dá pra ser dividida entre pelo menos três pessoas. Aliás, se quiser ficar por lá, tem a opção de se aconchegar nas cadeiras, ou pedir por delivery. E não precisa se preocupar: eles não cobram taxa de entrega.

Logo depois de assumirem a direção começaram a renovação do cardápio e continuam abertos a sugestões. Quem sabe você não tem uma receita pra compartilhar?

Publicado em janeiro/2017. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

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