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Pastelaryka

PARA MATAR A LARICA

A Pastelaryka é uma pastelaria localizada na favela São Remo, na Zona Oeste de São Paulo, e existe há mais de dez anos dentro da garagem de uma família evangélica. O nome, inusitado por conter uma gíria frequente em meios alternativos, é referência à vida pregressa dos donos Josefa Gouveia, de 34 anos, e Jeferson Candido, 28 – hoje evangélicos.

Nos dois andares do espaço, o cliente pode escolher entre comer no balcão ou se sentar em uma das mesas. Uma TV grande exibe os clássicos do futebol. Os pastéis são fritos na hora e o que diferencia a Pastelaryka das demais é que você pode montar seu recheio. Então, se quiser se arriscar em diferentes combinações, vá em frente. “A gente faz os pastéis bem recheados para servir nosso público bem”, conta Jeferson. O público do estabelecimento é variado: de pastores da igreja a jovens procurando uma comidinha para matar a larica pós-baile funk.

“Aqui tem o melhor pastel. Ele é grande, muito recheado e a massa é crocante. O atendimento faz a experiência se tornar muito especial, já que as pessoas são bastante acolhedoras. É um dos poucos espaços da quebrada em que me sinto bem em ir com a minha namorada”, conta Bárbara Miranda, de 18 anos.

O local é a prova de que existe harmonia entre quem pensa diferente. Giulia Burk, 21 anos, namorada de Bárbara, analisa a fórmula: “Além de ter os melhores pastéis de queijo, você pode ser você. As pessoas não só te atendem, mas conversam. É um espaço para levar as pessoas especiais na sua vida”.

Ponto da Esfiha e Ocupação Cultural Mateus Santos

Já imaginou levar sua família a um restaurante ao lado de uma casa de cultura e acompanhar as atividades ao mesmo tempo em que mata a fome com salgados e pratos executivos bem-temperados? Em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo, é possível fazer isso.

O Ponto da Esfiha, na avenida Paranaguá, oferece categorias de alimentação variadas. São esfihas, coxinhas, quibes, lanches, pizzas e pratos executivos que atraem o público da única casa de cultura de Ermelino Matarazzo, a Ocupação Cultural Mateus Santos. O espaço conta com mais de quarenta coletivos artísticos que utilizam um prédio municipal abandonado para promover várias atividades e eventos culturais.

Para Sílvia Izidoro, frequentadora da Ocupação Cultural Mateus Santos, o Ponto da Esfiha é o restaurante que possui o preço mais em conta na região. Dá para passar o dia inteiro na casa de cultura sem ficar com fome. O horário de funcionamento do Ponto é das 8h às 0h. “Você pode se alimentar ao mesmo tempo em que acompanha os eventos da Ocupa”, diz Sílvia, que é mãe de Glaucy Ellen, 17 anos, produtora dos saraus na Ocupação.

O prato executivo é a opção predileta das duas. “A comida de lá é leve e gostosa”, comenta Sílvia. A base da refeição é sempre composta de arroz, feijão, salada e batatas fritas. O arroz forma uma montanha no prato e seus grãos e os do feijão são bem soltinhos e cozidos. As batatas fritas são macias por dentro e com uma deliciosa casquinha por fora, o que as torna bem crocantes. O que varia sãos as opções de carne. Tem filé e contrafilé à pamegiana, frango à parmegiana, hambúrguer, ovo frito e calabresa acebolada. Os pratos custam de R$ 12 a R$ 17, dependendo do tipo de carne escolhida.

Sílvia conta que o programa cultural fortalece a união da família. “Às vezes acontece de estar nora, filha, filho, quase todo mundo lá na Ocupa só para acompanhar um evento”, acrescenta. “Quando você está acompanhada de uma filha em um evento, passa a conhecer a causa pela qual ela luta e se aproximar dela”. A Ocupação Cultural Mateus Santos fica próxima à estação de trem Ermelino Matarazzo.

Ocupação Cultural Mateus Santos: Avenida Paranaguá, 1.633, Jardim Belém (https://www.facebook.com/ocupacaomateussantos/) – Gratuito.

Publicado em novembro/2019. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Sushi Jaraguá

Está à procura de um lugar para levar o(a) crush na Zona Noroeste de São Paulo? Vá ao Sushi Jaraguá. Está à procura de um lugar para sair com toda a família, inclusive com as crianças, com conforto e segurança para os pequenos e também para os adultos? Vá ao Sushi Jaraguá. Agora, se você só quer curtir o aniversário com os amigos e ouvir música ao vivo… vá ao Sushi Jaraguá. Mas se quiser apenas degustar comidas japonesa e chinesa deliciosas… bom, você já sabe aonde ir.

O Sushi Jaraguá é um restaurante e delivery inaugurado em 2018 que já atrai muitas famílias e amigos dessa região de São Paulo. O ambiente recebe, aos fins de semana, artistas que performam ao vivo. O estilo é variado: de MPB a sertanejo. Priscilla Fernandes Nunes, de 36 anos, uma das clientes que vai com a família e amigos, diz que a música deixa o ambiente animado. “Não é só um lugar para comer. É um lugar muito agradável, um lugar para confraternizar”, comenta.

O restaurante tem uma enorme variedade de pratos. Quem chega recebe para petiscar uma cortesia que mistura as culinárias japonesa e mexicana. Um nacho – biscoito feito de farinha de milho e água – com uma peça de salmão (cru ou grelhado), cream cheese, molho tarê e, para fechar, batata palha. Uma combinação inusitada, porém muito saborosa e ótima para abrir o apetite.

Um dos pratos mais pedidos é o Combinado Jaraguá, uma barca com cinco sashimis, dois niguiris, dois uramakis, dois sushis jhow, quatro hossomakis, dois hot rolls e um temaki de salmão (cru ou grelhado). Tudo muito fresco e acompanhado dos molhos tarê e shoyu.

Além do menu à la carte, o restaurante oferece rodízio de segunda a domingo. O rodízio é mais caro, então vale a pena levar a turma toda para poder aproveitar ao máximo. Com inúmeras opções de pratos, é para comer até dizer chega!

Oh! Glória Artesanal Burguers

Desde muito novo, Marcelo Vicente trabalhou em lanchonetes, restaurantes e hamburguerias famosas do Centro como a Hamburgueria Nacional e a Lanchonete da Cidade, mas sempre quis ter o próprio negócio.

Depois de trabalhar com diferentes tipos de comida, ele teve a ideia de vender hambúrgueres na sua casa. Um investimento de R$ 500 deu conta da chapa e dos utensílios necessários. Logo depois, um amigo lhe ofereceu um espaço, ele aceitou e, já no dia da inauguração, as vendas bombaram. Com mais grana, ele alugou um espaço melhor, caprichou na decoração e inaugurou o Oh! Glória Burguers. O nome é em homenagem a Deus e o logotipo tem a imagem de uma figueira (símbolo de prosperidade), já que Marcelo é evangélico.

Desde que abriu, o Oh! Glória tem chamado a atenção em Paraisópolis – ali a comida é de primeira. O hambúrguer é caseiro, os pães são artesanais (ele compra diretamente de fornecedores especiais) e a lanchonete faz a própria maionese. Ele conta que decidiu fazer os próprios hambúrgueres porque é um diferencial – o gosto é diferente daqueles que são comprados no mercado. Além disso, Marcelo prefere fazer tudo o mais natural possível: além de ser mais saudável, é uma novidade deliciosa.

Todos os lanches de 200 g são acompanhados de batata e o cardápio também conta com 15 complementos opcionais diferentes. O mais pedido é o Big Pig, que leva cheddar, cebola e bacon. Além dos hambúrgueres tradicionais, há também os lanches especiais como o hambúrguer de costela e a costela ribs. Para refrescar,  há sucos naturais, milk-shake, açaí na barca e outras opções. O local só não vende álcool.

O Oh! Glória fica no coração da quebrada, mas seus hambúrgueres vão muito além através do delivery. O sabor, portanto, pode chegar a muitos lugares, mas são produtos de Paraisópolis, mostrando que na periferia também tem comida (muito) boa.

Tapiocaria Parada Inglesa

Três tapiocas por dia. Isso era tudo que o tapioqueiro Alexandre Luiz Burgos, que trabalha no metrô Parada Inglesa, vendia quando iniciou suas atividades no começo dos anos 2000. Ele havia pedido demissão de seu emprego em uma empresa, que já não pagava suas contas, e decidiu montar o próprio negócio. A opção pela tapioca veio do berço: Alexandre é filho de pernambucanos.

Naquela época ninguém estava muito preocupado em parar de comer glúten. Tapioca, hoje tão comum, era raridade fora do Nordeste. Os clientes eram escassos, mas Alexandre não desistiu. Com o tempo e a falta de concorrência, a clientela começou a surgir. Aos poucos, o tapioqueiro começou a contar com a ajuda de sua esposa, Renata Burgos, no trabalho na rua.

A venda de tapioca se tornou o sustento da família. Todos trabalham na atividade. Seus filhos o ajudam a produzir a massa e os recheios em casa. Na rua ficam apenas Alexandre e Renata. Quando está em ação, o tapioqueiro produz a iguaria com carinho e não economiza no recheio. O segredo? “Gostar do que se faz”, ele diz, “e ter origem nordestina. O pessoal daqui de São Paulo faz, mas não fica tão gostoso”, diz Alexandre.

A massa é a receita básica da tapioca, uma mis tura peneirada de polvilho e água. Ela faz sucesso entre os clientes que, além das tapiocas prontas, a família também a vende em saquinhos de 1 kg. E dá trabalho: cada um deles depende de, no mínimo, três pessoas para produzir a quantidade necessária de polvilho.

Hoje o cenário é outro. Com a moda das dietas sem glúten, o consumo de tapioca se popularizou a partir de 2014. O alimento, feito à base de mandioca, é naturalmente livre de glúten e, embora não haja evidências de que parar de comer glúten tenha efeitos positivos para a saúde, a moda da dieta pegou.

Com o tempo, Alexandre ganhou concorrentes – outros passaram a vender tapioca no local –, mas a barraca dele é sempre a mais cheia. Ali são muitas as opções de recheios doces e salgados, que variam conforme a preferência do cliente. Atualmente, a família vende mais de 120 tapiocas por dia. Só não vende mais porque as opções de recheio acabam antes do final da noite.

Publicado em agosto/2018. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

AlibaBar

Em 2001, a novela O Clone, de Glória Perez, popularizou no Brasil a temática árabe. A história do amor impossível entre a muçulmana Jade e o brasileiro Lucas levou para o horário nobre as roupas, as músicas e o modo de vida típico do mundo árabe.

Descendente de libaneses, Bil Rajab resolveu pegar carona no sucesso da novela. Ele abriu em 2002 a primeira casa noturna com a temática árabe, a Aliba Bar. Deu certo: com foco no entretenimento com danças típicas, a casa se manteve por dez anos. Acabou fechando em 2012, por conta das mudanças provocadas pela Lei Seca.

Em março de 2016, o Aliba Bar voltou à ativa. Desta vez, no entanto, repaginado: transformou-se em um restaurante, também na zona Norte, que mantém a temática com paredes desenhadas, tecidos no teto, narguilés e cores vibrantes. Às sextas e aos sábados, ocorrem apresentações de dança de ventre.

Para comer, há opções bem brasileiras como bobó de camarão e também adaptações como a feijoada com carne de carneiro, mas o destaque mesmo são os pratos típicos. O cardápio foi elaborado pela mãe de Bil, libanesa também
encarregada de ensinar pessoalmente todas as receitas aos funcionários. Aos sábados, o cardápio é 100% árabe.

O shawarma (R$ 15), um sanduíche de carne envolta em um pão sírio, é enorme e pode ser dividido. Ele agrada até mesmo os paladares mais exigentes, com temperos árabes. No buffet há arroz com lentilha, charutos, kafta e outros pratos típicos. Cada 100g custa R$ 4,49. As esfihas saem por R$ 4,50 cada.

Quintal do Açaí

Ao chegar no Jardim Iracema, olhando pela janela do ônibus, começo a procurar. Muitos lugares vendem açaí por ali. Mas onde seria o tal lugar? Aquele lugar que carrega não só um famoso açaí na tigela, mas uma história de descobertas? Desço do ônibus, olho para o lado e… achei!

Em uma esquina, com as paredes roxas e amarelas, um espaço aberto, bem chamativo, numa pegada meio caiçara. Era o Quintal do Açaí. Falei que queria saber mais sobre o lugar e um homem alto e gentil veio me cumprimentar. Era Claudemir, o dono do estabelecimento.

Nascido e criado no bairro da zona Norte de São Paulo, ele foi até o Pará para saber um pouco mais sobre a fruta. Conheceu o açaí em 1994, mas só em 2004, ao sair do emprego, decidiu montar no quintal de casa, onde ficava a
roseira de sua mãe, um ponto de açaí. A ideia era levar o creme da fruta, ainda uma novidade, para aquela região.

Mas, para isso, ele pesquisou. Passou uma semana no Pará. E voltou uma verdadeira enciclopédia do açaí. Conta que naquele estado é comum famílias terem um pé de açaí no fundo do quintal de casa. Lá a fruta é consumida de forma integral, substituindo o feijão. “Lá a galera come açaí com farinha d´água e peixe assado”, diz.

A maneira como o Sudeste consome açaí é uma consequência da logística. “Durante o transporte, perdia-se muita fruta, então o pessoal começou a congelar. Daí surge o creme congelado do açaí, que a gente consome de diversas
formas”, explica.

O Quintal do Açaí atrai gente da cidade inteira. E isso se explica pelo cuidado que Claudemir tem com seu produto. O açaí deve ser mantido a -18ºC. E é preciso ter um controle de qualidade. “Existem algumas marcas que produzem açaí de vários fornecedores, alterando o sabor do creme. E muitas vezes, quando não há açaí suficiente, mistura-se beterraba com banana para completar a produção”, critica. Ele afirma que, ali no Quintal, o açaí vem de uma fazenda
e de uma indústria com controle de qualidade.

O Quintal do Açaí possui um cardápio tradicional, com açaí na tigela ou na barca e sucos de açaí com cupuaçu, maracujá, morango e até uma caipirinha de açaí. Vale destaque também para o famoso suco Levanta Cadáver, uma bebida feita de creme de açaí e paçoca. A mistura energética, bem diferente de como os paraenses consomem a fruta, faz sucesso em São Paulo: em dias de calor, Claudemir chega a vender 300 copos por dia.

Publicado em agosto/2018. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Hambúrguer do Chef

 

O paulista Douglas Eduardo dos Santos sempre gostou de cozinhar. Sua mãe era cozinheira e ele aprendeu muito do que sabe em casa. Não por acaso, seu primeiro emprego foi em um restaurante: aos 21 anos, era auxiliar de cozinha e, seis meses depois, foi promovido a cozinheiro. Anos depois, por convite de um amigo, ele se tornou chef em um restaurante. Havia atingido o topo de sua carreira aos 24 anos.

Porém, uma das sócias do restaurante o demitiu sem justa causa, alegando não ser higiênico ele cozinhar sem ter os dedos da mão. “Isso me abalou muito”, diz Douglas, que nasceu com uma má-formação em uma das mãos. Terminava ali sua carreira na cozinha. Ele entrou na faculdade de recursos humanos e administração, e trabalhou na área por mais de seis anos.

O estresse das grandes empresas, no entanto, fez com que Douglas reconsiderasse sua profissão. Em 2016, resolveu que queria voltar a cozinhar. Investiu em um carrinho de “lanches gourmet” e foi para a frente do metrô Parada Inglesa vender hambúrgueres artesanais.

Enquanto trabalha no Hambúrguer do Chef, Douglas está sempre vestido com uma dólmã, roupa característica dos chefs de cozinha. É desta forma que ele gostaria de ser recebido. “Você pode sim comer com dignidade na rua”, diz.

Todos os dias, ele acorda cedo e prepara os ingredientes. Douglas se preocupa com a qualidade dos alimentos – desde o tomate, italiano e sem agrotóxicos, ao hambúrguer. Feito com miolo de acém – só a carne, sem artifícios como ovo e farinha –, a estrela do lanche leva quatro temperos secretos. Cada mordida é uma explosão de sabores.

Todos os dias são vendidos 90 hambúrgueres. O número só é limitado pela falta de espaço no carrinho. Há dias em que a espera chega a 50 minutos, mas o público não desiste. O chef quer investir para conseguir montar uma cozinha
industrial – hoje, no seu pequeno apartamento, a capacidade de produção é limitada. O espaço da venda, porém, vai continuar o mesmo. Seu objetivo continua sendo quebrar o tabu da comida de rua.

Publicado em agosto/2018. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

Ari do Caldo

A história do baiano Ariosvaldo Barbosa é a mesma de tantos migrantes nordestinos: ele veio para São Paulo em 1989 em busca de emprego e melhores condições de vida. Logo que chegou à cidade, conseguiu emprego em um restaurante na região central, o que o fez morar no bairro da Liberdade. Dois anos depois, foi trabalhar em um restaurante na região do Tremembé, na zona Norte.

E foi aí que ele conheceu a Vila Albertina, o bairro que fica entre duas grandes colinas que são a entrada para a serra da Cantareira. Ali o clima é serrano, mas as opções para tomar sopa eram escassas. Inspirado por um amigo, Ari aproveitou que já tinha trabalhado em um restaurante que tinha buffet de caldos e resolveu testar algumas receitas.

Comprou uma bolsa térmica pequena e, aos finais de semana, dias em que não trabalhava, começou a produzir em casa cerca de 30 potinhos com vários sabores de caldos. Saía vendendo pelas ruas do bairro. O sucesso foi tão grande que, depois de um tempo, ele largou o emprego e comprou um carrinho. As vendas subiram para 70 potinhos por dia, e, aos finais de semana, o triplo disso.

Com o tempo, Ari conseguiu alugar um pequeno espaço onde realizou o sonho de abrir um negócio próprio: surgia, em 2014, o Ari do Caldo. O espaço é modesto e suas poucas mesas ficam na calçada. O diferencial é o entorno: localizado em um ponto estratégico do começo da subida da serra, o lugar oferece uma linda vista.

São oito sabores de caldos, como mocotó, frango com legumes e caldo verde (R$ 8 cada). Em alguns dias da semana, há opções com peixe e camarão. Além das sopas, há pratos como estrogonofe, picadinho, panquecas e parmegiana. Aos sábados, feijoada. Os pratos variam entre R$ 15 e R$ 19. Como o espaço é limitado, a maior parte dos pedidos sai por delivery.

Responsável pela cozinha, Ari conta que procura usar apenas produtos frescos para seus pratos. Os ingredientes vêm da feira que ele faz semanalmente. E as opções do cardápio também se adequam ao público: Ari garante que qualquer mudança que o freguês peça, ele faz.

Comida di Rei

Da janela da cozinha, que dá para o salão do restaurante, o cozinheiro Rodrigo Silva observa a primeira garfada que os clientes dão em sua feijoada. Ele gosta de ver a reação das pessoas ao provar a especialidade da casa. Quando
não observa pela janelinha, faz questão de ir às mesas para saber a opinião de quem comeu. O cuidado de Rodrigo com a satisfação dos clientes começa na escolha dos ingredientes. São sempre frescos – e nenhum tempero é industrializado. Alho, salsinha, coentro, três dias para marinar as carnes da feijoada, cebola flambada na cachaça e vinho para refogar. “Eu não cozinho por obrigação, o meu segredo é fazer tudo com amor!”, fala Rodrigo orgulhoso e com sorriso no rosto.

Rodrigo é irmão de Reinilson Silva, o Rei, que dá nome ao restaurante dos dois irmãos apaixonados por comida. Até se casar, Reinilson não sabia cozinhar. E quando morava na casa da mãe, recebia a comida já no prato. Começou a cozinhar para desestressar. Foi pegando gosto e construiu uma cozinha só para si na parte de trás da sua casa. Com bastante alho e cebola, o negócio começou em 2014, com a venda de marmitas. “Como conheço muita gente e sempre
quis trabalhar com pessoas, comecei logo a cozinhar para os outros e pensei: vou tirar proveito disso”, lembra sorrindo. As marmitas que fazia depois do trabalho de bancário eram entregues, aos finais de semana, no Horto do Ypê, um conjunto de condomínios no Campo Limpo. Depois de dois anos no negócio de delivery, o Rei fez uma proposta para alugar uma lanchonete ali perto do Horto, onde também mora. Conseguiu o ponto, fez uma baita reforma (de maio a setembro), conversou com o irmão e decidiram abrir o próprio negócio.

Hoje, o Comida Di Rei serve cerca de 60 refeições por dia. E são 190 marmitas por semana sendo 150 só de feijoada aos sábados. Elas seguem personalizadas com o nome de quem vai comer escrito na tampa. Rodrigo se dedica à cozinha durante a semana e, aos sábados e domingos, é a vez de Reinilson fazer o que tanto ama.

O cardápio é como o de qualquer restaurante paulistano, com feijoada às quartas e sábados. Mas a dedicação da dupla é o diferencial. “Criei aqui um lugarzinho aconchegante como se fosse a Vila Madalena. Mas quero mesmo é ter um Comida di Rei em toda a periferia da cidade”, afirma orgulhoso.