Panelarte e Sarau Urutu

Atualização em junho/2020: Este lugar está fechado temporariamente devido à pandemia de COVID-19.

Lanche de casca de banana, quibe vegano de farinha de pão amanhecido e coxinha de jaca. É com esse tipo de comida – usando e reaproveitando alimentos – que o Panelarte, um coletivo cultural criado em 2014, entende e respira a gastronomia nas quebradas. As amigas Bianca Souza e Rafaela Souza, ambas com 28 anos, fundadoras do projeto, acreditam que a comida é uma forma de olhar para a cultura de uma comunidade.

“O Panelarte trabalha com opções para todos os gostos e bolsos. Não se trata apenas de comida. É uma rede de apoio para quem busca uma alimentação diferente, seja carnívora, vegana ou vegetariana”, diz Bia. O projeto faz oficinas na Zona Leste de São Paulo para apresentar às pessoas como a alimentação do dia a dia pode ser saudável e sustentável.

Quer experimentar o que elas produzem? Tem que correr atrás da agenda no Facebook (Panelarte). As comidinhas do coletivo estão presentes em saraus e encontros culturais da região. Nos eventos, são vendidas diferentes opções de salgados e doces veganos. Entre os mais vendidos estão a torta de abobrinha, o lanchinho de casca de banana e os quibes, feitos de trigo, farinha de rosca ou pão, hortelã, limão e pimenta-do-reino. O recheio é escolhido pelos clientes: berinjela, alho-poró e abóbora são os mais populares. O coletivo também tem opções para quem não tem restrições à carne. O canudo de frango é um dos mais pedidos.

Entre os eventos parceiros do Panelarte está o Sarau Urutu, um encontro de artistas e moradores que acontece todo segundo domingo do mês na rua Urutu, no Jardim Matarazzo, Zona Leste. O evento surgiu em 2015 como resposta à notícia de desapropriação de um terreno para a construção de uma nova estação de trem da CPTM. Além de poesia, o sarau também recebe grupos de teatro e dança. A programação ainda conta com o Cine Urutu, onde são exibidos filmes e documentários.

Páginas do Sarau Urutu: Facebook | Instagram

 

De Torta em Porta

Aos 21 anos, após adotar um gato e construir com ele uma relação de afeto, Vanessa Galvão entendeu que, apesar de as pessoas normalmente não terem tanto contato com vacas, porcos e galinhas, esses animais também estabelecem entre si um tipo de afetividade. Assim, se tornou vegetariana. E hoje, aos 24, é vegana.

Estudante de biologia, sua preocupação em preservar o meio ambiente se voltou também aos hábitos alimentares. “Você muda a empatia com o mundo através dos alimentos que come”, diz.

Vanessa estudava em uma faculdade particular, mas teve que trancar o curso. A falta de grana e a vontade de disseminar o veganismo levaram-na até às tortas veganas que começou a vender na USP, onde faz iniciação científica. As vendas deram certo e, com a ideia de expandir, ela criou o De Torta em Porta. O negócio no Facebook vende, além das tortas, salgados como coxinha (massa de batata doce com recheio de jaca; berinjela e legumes com mandioqueijo), croquete de soja, bolinho de queijo de batata e risole de palmito.

Entre os ingredientes dos produtos, estão matérias-primas que ela mesma cultiva em Itatiba, interior de São Paulo, onde vive. Para se aprimorar , Vanessa faz pesquisas, lê livros e assiste a filmes que focam no veganismo – além de alimentação acessível. Seu objetivo é divulgar o simples, que aproxime as pessoas da vida real.

Apesar de morar no interior de São Paulo, suas vendas e entregas acontecem nas diversas estações de metrô da capital. O De Torta em Porta é um meio pelo qual a vegana reafirma suas convicções: a mudança do modo como as pessoas se alimentam para uma existência mais saudável. “Meu corpo foi de um cemitério para um jardim”, conta com um sorriso no rosto.

Publicado em agosto/2018. Estamos trabalhando para atualizar as informações do local 🙂

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